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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ANATÁLIA DE SOUZA MELO ALVES


Anatália Melo Alves
Livro "Dos Filhos deste solo"

DADOS PESSOAIS

Nasceu em 09 de julho de 1945, em Mombassa, Município de Martins, atual Frutuoso Gomes, no Rio Grande do Norte, filha de Nicácio Loia de Melo e Maria Pereira de Melo. Em 1969 casou-se com Luiz Alves Neto.

ATIVIDADES

Anatália era uma pessoa de temperamento reservado, tímida, voltada para os estudos, tendo concluído o curso científico no Colégio Estadual de Mossoró, cidade onde residiu até 1969. Nesse período trabalhou na Cooperativa de Consumo Popular, revelando forte espírito de solidariedade em relação aos associados daquela entidade sócio-econômica. A partir de 1969, acompanhando seu marido, desloca-se para Recife, passando a militar no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Sua atuação política desenvolveu-se na Zona da Mata (PE), contribuindo para a organização e mobilização das bases camponesas do PCBR naquela área.

CIRCUNSTÂNCIAS DA PRISÃO E MORTE

Anatália foi presa juntamente com o seu marido e outros companheiros em 17 de dezembro de 1972. Levada para o DOI-CODI do IV Exército em Recife, foi torturada brutalmente até 13 de janeiro de 1973, quando a removeram para o DOPS. Neste órgão de segurança continuaram as torturas físicas e psicológicas, culminando com a sua morte em 22 de janeiro de 1973. Segundo a versão divulgada à época pela repressão, Anatália teria se enforcado com a alça de sua bolsa, após ter ateado fogo as suas vestes. Essa versão não resiste à análise das circunstâncias que caracterizaram a sua morte. Primeiro, seu corpo foi retirado do local onde teria ocorrido o suposto suicídio o banheiro do DOPS - as fotos da perícia foram feitas em outro local. Segundo, a torneira na qual ela havia fixado a alça da bolsa ficava a menos de 1 (um) metro do chão, tornando inviável a hipótese oficial de suicídio. E, finalmente, sabe-se que a nenhum prisioneiro político, em fase de interrogatório, seria permitido o uso de qualquer instrumento ou meio que atentasse contra a vida dos carcereiros ou do próprio preso, como cintos, alças de bolsas, fósforos , etc., etc.

SITUAÇÃO ATUAL

Depois de sancionada pelo presidente da República a Lei no. 9140/95, que determinou a concessão de indenização aos familiares dos mortos e desaparecidos políticos, Luiz Alves Neto, após ter encaminhado requerimento à Comissão Especial, presidida pelo jurista Miguel Reale Júnior, obteve o reconhecimento oficial da responsabilidade da União pela morte de Anatália.

http://www.dhnet.org.br/dados/dossiers/dh/br/dossie64/rn/anatalia.htm

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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