Seguidores

quarta-feira, 11 de abril de 2018

TANTA GRITARIA PRA NADA

*Rangel Alves da Costa

Eu já sabia, todos já sabiam - ao menos os sensatos -, mas ontem andei relendo um resumo de tudo. Lula foi investigado, denunciado, processado e condenado. Condenado em primeiro grau, mantida a sanção penal em grau recursal, tendo sempre rejeitados seus embargos de declaração. Teve mais de um habeas corpus negado tanto pelo STJ como pelo STF e a análise de seu processo já passou por juiz de primeiro grau, por desembargadores e por ministros, e ainda assim continua a ladainha de condenação sem provas.
Chega ser aviltante tamanha ignorância na ladainha dos fanáticos. Como diz na nota que li, ou o juiz, os desembargadores e os ministros são todos despreparados para a judicatura ou o Brasil está perdendo juristas por todo lugar. Os fanatismos é que estão com a razão, as paixonites agudas é que entendem o direito, os desajuizados é que conhecem os limites de um julgamento. Neste caso, Lula é a vitimização em pessoa por ser tão inocente quanto a inocência em pessoa.
Há uma tentativa desenfreada de reverter a razão jurídica e os embasamentos das decisões judiciais. Ora, dizem, não se pode condenar sem provas. Será que os julgadores estão todos cegos e somente os lulistas enxergam a veracidade dos fatos? Será que tudo foi julgado à revelia e pelos simples fato de querer condenar uma santidade? Há de se observar que desde o início do processo do tríplex nada foi acolhido pela tese da inocência. E se foi condenado, assim o foi porque as provas foram induvidosas.
Mas agora, por que tanto choro e tanta gritaria depois da prisão do condenado? Somente pela insanidade, pela maluquice, pela falta de ter o que fazer. Difícil imaginar que o Brasil ainda tenha tanta gente que vive com a cabeça enterrada por conta própria, que não quer enxergar a verdade por conta própria, que chama a si uma cegueira que chega até imoral. Bastaria a mínima coerência para saber que caíram no jogo falso e mentiroso daquele que agora se diz “uma ideia”.


A cegueira desmedida leva a situações verdadeiramente estapafúrdias. A loucura tomando mentes como se numa lavagem cerebral coletiva. E não são poucos os absurdos. Todo petista agora é jurista, todo fanático agora é um togado, todo apaixonado agora é um julgador, todo insano que esbraveja pelas ruas é um doutrinador do direito. Ora, se todos repetem e repetem que a condenação foi sem provas, então os julgadores dos fóruns e tribunais não sabem de nada. É um absurdo que isso aconteça e que tenha continuidade.
E o pior é que acham que podem fazer o que quiserem e nada lhes reprimir. Atos e atitudes fascistas, tomadas de ódio, guiam os fanatizados por onde passam. Os vandalismos estão por todo lugar, as agressões se tornaram corriqueiras, as badernas parecem emergir dos instintos desnorteados. E tudo numa depravação que vai muito além da desordem. Picharam de vermelho o prédio onde mora a família da presidente do STF, agrediram jornalistas, tomaram e quebraram equipamentos de trabalho, numa série de atos de verdadeira guerrilha urbana.
Mas pergunto: o que vai adiantar a baderna, a gritaria, o xingamento, o quebra-quebra, a desordem, o mau-caratismo, a violência desenfreada? Nada, absolutamente nada. Nenhum grito vai modificar a situação jurídica do condenado. Nenhum ato violento vai diminuir a pena do condenado. Nenhuma grosseria vai retirar o condenado da cela. Nenhuma aglomeração de desocupados vai fragilizar o estado da lei. Nenhuma tomada de rua, esquina ou quarteirão, vai modificar um tantinho assim a situação do condenado. Então, por que fazem assim?
Continuam fazendo assim por falta de reprimenda. As forças legais jamais deveriam permitir que desocupados se entrincheirassem para colocar em perigo os prédios públicos, pessoas, profissionais e instituições. Não se pode permitir que os excessos do fanatismo possam ameaçar pessoas ou instituições. Nisto faz falta as botinas dos generais. Para os baderneiros os brucutus.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário