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domingo, 25 de novembro de 2018

A MORTE DO SARGENTO DELUZ - PARTE I

Por José Mendes Pereira

Segundo o escritor Alcino Alves Costa escreveu em seu Livro “O Sertão de Lampião” que o verdadeiro assassino do cangaceiro Juriti o seu nome de batismo era Amâncio Ferreira da Silva, famoso caçador de cangaceiros que se têm informações era da polícia sergipana. Esta figura era pernambucana, com naturalidade duvidosa, porque uns afirmavam que ele era lá de São Bento do Una, enquanto outros diziam que o famoso e carrasco policial era da cidade de Gravatá. Ele nasceu no dia 11 de agosto de 10905. Mas o seu nome de batismo sempre ficou esquecido, porque desde criança era conhecido por Deluz, nome que o fez pessoa importante na região que sempre esteve prestando os seus serviços à polícia militar e ingressou na força logo muito jovem.

Com o banditismo tomando de conta dos sertões nordestinos matando, roubando, destruindo tudo que via pela frente, Deluz recebeu ordem para ir destacar no último porto navegável do baixo São Francisco, o minúsculo lugarejo da família Britto, lá no Canindé do São Francisco.

Ali, naquele tempo, o sertão no abandono, a coroa que reinava por lá era do velho guerreiro, destemido e sanguinário rei do cangaço o Lampião; e o jovem militar seguindo a missão de tantos outros do seu tempo, foi também incumbido para caçar cangaceiros, e iria enfrentar o poder do famoso e perverso Lampião.

Desde muito cedo que o Deluz demonstrava ser destemido e com isso, seu nome caiu na boca do povo como sendo um homem de muita coragem, e que nunca conheceu o significado da palavra medo, mas talvez carregasse consigo a pesada cruz, que era perseguir cangaceiros, homens que não tinham medo de ninguém e nem o que perderem. Após a chacina de Angico um dos seus divertimentos era procurar por todos os lugares ex-cangaceiros que sobraram da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” para matar, assim aconteceu com o ex-facínora Juriti que soube que ele estava na fazenda Pedra D’água, na casa do seu amigo Rosalvo Marinho, e assim que tomou conhecimento, Deluz e seus capangas foram até lá para engaiolá-lo. Assim que o prenderam levaram-no para as matas, e lá, ele foi morto dentro de uma língua de fogo.

Uma das crueldades e gostosa que achava o Deluz era tirar ladrão da cadeia de Propriá e levar o infeliz para o Rio São Francisco e lá, amarrava-o a uma pedra e o jogava dentro das águas. O tempo foi passando e a sua fama de homem valente foi se espalhando por toda região do São Francisco. As mocinhas quando o via desfilando pelas ruazinhas do arruado ribeirinho se derretiam em dengos e desejos.

Diz o escritor Alcino Alves que um descendente dos Garra, e que foi uma das primeiras famílias de Poço Redondo deixou de morar no arruado de Cupira e China para fazer companhia a um tio paterno de nome João Grande morador da pequena povoação de Curituba, sendo esta de um senhor chamado João dos Santos, lugar localizado nas terras do Canindé do São Francisco. O rapz chamava-se João e era filho de Hipólito José dos Santos e dona Marinha Cardoso dos Santos que era chamada carinhosamente de Vevéia. Seus filhos eram: Germiniano, Joaquim, Chiquinho, José (Zé Hipólito), Antonio (Touca), Miguel, Manuel (Naninga), além de João o João Marinho; tinha ainda as irmãs Isabel (Iaiá), Maria, Antônia Rosa, Júlia Filomena e Francelina num total de quatorze irmãos descendentes daquela família lá das areias brancas de Poço Redondo.

O João Marinho dedica a sua vida nas terras de Canindé e parte para um compromisso sério com Maria, uma mocinha da conceituada família dos Gomes daquele pedaço de sertão sofrido. Noivam e se casam. O João Marinho resolveu ir trabalhar em uma das propriedades do coronel Chico Porfírio, na fazenda Brejo. O casal segue as tradições e os costumes da época, filhos e mais filhos foram nascendo. Hortêncio, Jonas, Zé Marinho, Angelina, Maria (Mariinha) Dalva e Santa.

João Marinho é um homem trabalhador, além dos filhos fazia planos para o futuro. Trabalhava com afinco e com dignidade, e viu os seus planos serem realizados, porque findou comprando a propriedade que morava., e com trabalhos, dedicação e coragem conseguiu fazer no Brejo uma das mais consideradas propriedade no imenso mundão de Canindé do São Francisco. O seu nome ficou respeitado no meio daquela gente como um vitorioso. Com as facilidades que a vida lhe deu dois dos seus irmãos (Chiquinho e Zé Hipólito) muda-se para Canindé, ali se casam. As sorteadas foram duas irmãs a Delfina e Anália.

O Chiquinho foi trabalhar como vaqueiro na Fazenda Rancho do Vale, de um conceituado Monteiro Santos, e o Zé Hipólito após vender a sua propriedade de nome Pindoba ao tenente João Maria da Serra Negra e faz nova moradia dando o nome de Vertente.

O João Marinho de Poço Redondo se tornou o patriarca daquela região. Seus filhos estão crescidos, e tanto os rapazes como as moças são desejados. Namorá-los é o desejo daquela juventude.

O Deluz começou a paquerar a Dalva e logo ficou apaixonado. O pai da Dalva o João Marinho ao saber do relacionamento da filha com o Deluz não ficou satisfeito. O João era um homem tranquilo, e não desejava aquele homem misturado na sua família, porque ele queria o melhor para sua filha. E geralmente, namoro termina em noivado, e com a continuação, será realizado casamento. E sem muita demora a Dalva casou-se com o temido sargento. Mas Deluz não estava muito satisfeito com o seu cônjuge, e três dias depois Deluz pôs a Dalva na frente e foi devolvê-la aos pais.

Uma grande desgraça! O que aconteceu que o sargento Deluz levou a esposa e a entregou aos pais?

Continuarei amanhã!

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