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sábado, 4 de maio de 2019

OS LIVROS DE HISTÓRIA DEVEM SER ANALISADOS E SÃO FONTES DE PESQUISA.


Por Cristiano Ferraz

Os livros de história devem ser analisados e são fontes de pesquisa. No caso do recente livro de Frederico Pernambucano de Mello encontramos várias afirmações que deixam espaço para questionamentos. Uma delas é a data da chacina da Tapera. Pra mim o autor errou quando citou o dia 26/08/1926. O dia correto foi 28/08/1926, a madrugada de um sábado. 

Quanto ao tiro dado pelo soldado Sandes (um verdadeiro "furo jornalístico 80 anos após o fato") seria até possível ser verídico pois este poderia estar no grupo de soldados que acompanharam o Aspirante Ferreira de Melo atravessando o riacho e se aproximando do coito pelas barrancas do Alto das Umburanas. Seria possível que por ali ele tivesse realmente conseguido se aproximar a ponto de conseguir alvejar Lampião durante o tiroteio. E com certeza partiram tiros dali também naquele dia. Mas eu, sinceramente, não acredito nessa hipótese pois o autor narra que Sandes estaria amarrado ao coiteiro no momento do disparo. 

Essa afirmação pra mim já seria suficiente para colocar por terra a hipótese inteira. Eu não acredito que nenhum soldado cometesse tal asneira, principalmente num combate contra quase quarenta cangaceiros. Isso seria suicídio. Se aproximar-se de um grupo de cangaceiros era uma tarefa arriscada, o que dizer de uma tentativa a noite, no escuro, em terreno acidentado, para lutar contra Lampião e ainda amarrado a um homem desarmado? Outra coisa: Como eles foram amarrados e durante 80 anos nenhum volante, cangaceiro ou o próprio coiteiro citou esse detalhe? Com certeza esse pormenor teria sido citado. 

Como falei anteriormente, não tenho dúvidas de que houve disparos daquele lado do coito contra os cangaceiros, mas o primeiro tiro a atingir Lampião naquele dia, na minha humilde opinião continua envolto em mistério.


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