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quarta-feira, 24 de julho de 2019

A RAINHA DO CANGAÇO

Por: José Mendes Pereira
Maria Gomes de Oliveira - Maria Bonita 

Maria Bonita como já é do conhecimento de todos nasceu no dia 8 de março de 1911 (há uma outra data de nascimento de Maria Bonita comprovada), no município de Paulo Afonso, no Estado   da Bahia. Viveu sua infância e adolescência no sítio dos pais. Aos quinze anos casou-se com o sapateiro José de Neném, e não estando satisfeita com o matrimônio, abandonou o seu cônjuge de uma vez por toda, e decidiu  gostar do cangaceiro Lampião e posteriormente acompanhar o homem mais temido do Brasil, o rei Lampião, para  fazer parte de seu respeitado bando de cangaceiros, onde permaneceu até a sua morte ao lado do seu admirado cangaceiro, na madrugada de 28 de julho de 1938, lá na Grota de Angico, no Estado de Sergipe.

 Antonio dos Santos - O cangaceiro Volta Seca
  
Em 1973, o Jornal “O Pasquim”, Nº. 221, referente aos meses Setembro e Outubro publicou uma entrevista que havia feito com Antonio dos Santos, o cangaceiro Volta Seca, afirmando ele que quando Maria Bonita incorporou-se ao bando de cangaceiros, já fazia mais de dois anos que ele estava em companhia dos asseclas. (Confirme no abaixo): http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/12/entrevista-de-volta-seca-jornal-o.html)

O encontro da futura cangaceira com Lampião se deu quando certo dia o bando havia se hospedado na Malhada da Caiçara, e lá, chegou uma senhora conhecida por Maria Déia, afirmando ser a mãe de Maria (a futura Maria Bonita), e foi de encontro a Lampião, dizendo-lhe que sua filha Maria desejava muito conhecê-lo. Lampião se sentindo orgulhoso disse-lhe que para ela o conhecer não havia dificuldades, pois ele estava sempre por ali. E voltando-se para Dona Maria Déia, perguntou-lhe onde ela morava.  Ela o respondeu que a filha era casada e residia em Santa Brígida. 
Lampião interessado para conhecê-la pediu que a chamasse, pois estaria até a manhã do dia seguinte, e não comunicasse mais a ninguém da sua presença naquele lugar.

Dona Maria Déia querendo que a filha o conhecesse já que era um dos desejos dela, mandou um dos filhos chamá-la em sua residência.  E ao chegar, mãe e filha dirigiram-se à presença do desejado homem. E depois de se apresentarem, os dois ficaram palestrando.

Maria desejou acompanhá-lo, mas Lampião tentou convencê-la, explicando-lhe que não tinha futuro, pois ele era um homem que vivia da desgraceira, e não era engraçado levá-la para uma vida que não tinha tranquilidade. E lá, o sofrimento era constante; passava fome, sol, poeira..., e ele mesmo vivia naquela vida, mas não gostava.

Disse-lhe ainda que muitas vezes eles passavam dias sem se banharem, e  não era justo uma mulher tão linda quanto ela, levar a vida sem se banhar. Ainda a aconselhou que ficasse com o seu marido, já que haviam sido abençoados por Deus, para viverem a vida até que a morte os separassem. A vida de cangaceiro não era mar de rosas, nem para ele e nem para ninguém. Ele ainda alegou que não era um homem da sociedade. Mas ela insistiu tanto, que tempo depois Lampião findou a carregando na garupa do seu cavalo para as caatingas, sendo ela a primeira cangaceira brasileira.

Minhas Inquietações, mas esta expressão é do escritor Alcindo Alves Costa

O que disse Volta Seca ao jornalista sobre a entrada de Maria Bonita para o cangaço, foi bem detalhado. Mas uma resposta me deixou confuso:

O jornalista do Jornal "Pasquim" fez-lhe uma pergunta:

- Ela atirava também?

E ele o respondeu:

- Atirava! Eu queria está com ela e não queria está com dez homens da marca dos que eu conheço por aqui. Estava mais satisfeito.

A resposta de Volta Seca contraria o que disse Balão em novembro de 1973 à Revista Realidade. (Confira no site abaixo):
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html).

“Maria Bonita usava uma pistola Mauser de 11 tiros, mas também não atirava nada”.

Balão deixou a sua resposta com duplo sentido. Quem era que não atirava nada, Maria Bonita ou a pistola mauser?

Mesmo eu discordando algumas respostas de Balão na entrevista que ele cedeu à Revista Realidade, e deixando a resposta com duplo sentido, eu estou mais para acreditar nele, quando disse que "ELA" não atirava nada.

Embora não tenha se casado oficialmente com   Lampião, mas Maria Bonita é considerada a sua primeira esposa, onde viveram juntos durante oito anos enfrentando todos os tipos de perseguições.
  
Fontes de Pesquisas:

Jornal “O Pasquim”, Nº. 221 - Setembro/Outubro de 1973
Revista Realidade - 1973.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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