Seguidores

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A HISTORIA DA CANGACEIRA ARISTÉIA - A CANGACEIRA ARISTÉIA - PARTE I

Por João de Sousa Lima

A fazenda Lajeiro do Boi, em Canapí era sempre visitada tanto por cangaceiros quanto por policiais. Os proprietários desta fazenda era o casal José soares e Maria dos Santos Lima. Eles tiveram sete filhos: Eleonora, Benedita, Dasdôres, Valdemira, Luiza, Maria, Aristéia e Antenor. Todos nascidos no Capiá da igrejinha, local onde fica a fazenda Lajeiro do Boi.


A polícia passava com frequência na fazenda Lajeiro do Boi. Em uma dessa passagens, um dos policiais ofendeu verbalmente ao velho patriarca dos “Soares”, enquanto ele descansava no alpendre da casa se aproximou uma volante e um dos soldados falou:

- Oh véio feio da peste!

- Cada qual como Deus fez! Retrancou José Soares!

- É verdade! Atalhou um soldado mais consciente!

Em outra ocasião, uma outra volante comandada pelo aspirante Porfírio espancou o velho José Soares e o filho Antenor, tendo este último sua orelha cortada, sendo atingido pela coronha de um mosquetão. De tal castigo, com seus 97 anos de idade, Antenor guarda a cicatriz com remorso e revolta pela pena sofrida.

Porfírio, além de ferir os moradores da fazenda do Boi, espancou várias pessoas da fazenda Talhada, seguindo até a fazenda Pedra Dágua onde mataram Ramos.

Vizinho fazenda Lajeiro do Boi, ficava a fazenda Poço do Boi e foi nesta fazenda onde Benjamim Abrahão se encontrou com o bando de Lampião para realizar as famosas fotografias e as filmagens. Benjamim passava dias instalados na casa de Francelino, onde se dirigia sempre uma velha baraúna com pretexto de fotografar Otacilia, filha de Francelino, usando a velha árvore como desculpa para os encontros amorosos que vinha tendo com a filha do dono da fazenda.

Das filhas do casal José Soares e Maria Santos Lima, duas engrossaram as fileiras do cangaceirismo. Uma indo por prazer, outra sendo forçada. A primeira entrar no bando foi Eleonora. Ela seguiu o cangaceiro Serra Branca.

Aristéia Soares de Lima nasceu em 23 de junho de 1916 ( dia que se comemora a festa de São João ) e lembra-se bem da passagem dos cangaceiros Corisco, Virgínio e Luiz Pedro em sua casa, sendo que por diversas vezes, outros cruzaram o terreiro da fazenda Lajeiro do Boi.

Tendo seu nome envolvido como coiteidfdra de cangaceiros e temendo a ação vingativa dos policiais,Aristeia fugiu pra fazenda alto vermelho,entre lajinha e campo,próximo a Santana do Ipanema,indo refugiar-se na casa das tias Mariinha,zifina,santa e Maria grande.por essa época ,Eleonora já se cobria com a mescla azul e os bornais enfeitados com os desenhos de flores coloridas.

Cícero garrincha já tinha certa queda por Aristéia e assim que abraçou a nova vida do cangaço começou a rondar a fazenda da família da moça.em uma dessas passagens,ele foi avisado pela amiga Celina,da localização de Aristéia. cicero seguiu pra fazenda alto vermelho e depois de conversar com a escolhida ,sem usar a força,conseguiu que ela,mesmo contra sua vontade,acompanhasse o cangaceiro.

O novo casal seguiu ao encontro do grupo de moreno que os aguardava no coito conhecido por pilão das pêia junta``,próximo á casa de Aristéia no esconderijo, Aristéia foi festivamente recebida.Durvalina manejou a velha máquina de costura e fez um vestido pra nova amiga,completando o figurino com bornais floridos e um chapéu de feltro.

Logo após a entrada de Aristéia, suas primas Sebastiana e Quitéria seguiram os cangaceiros moita brava e pedra roxa.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário