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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

LAMPIÃO E O MUNDO QUE A ESCRAVIDÃO CRIOU

Por José João Souza

O Brasil é um país doente, patologicamente doente pelo ódio de classe. O ódio ao pobre. O povo brasileiro nunca assumiu a autocrítica de que somos filhos da escravidão, com todas as doenças que a escravidão traz: a desigualdade, a humilhação, o prazer na humilhação diante dos mais frágeis, o esquecimento e o abandono da maior parte da população. 

 polícia mata pobres indiscriminadamente, e faz isso porque a classe média e a elite aplaudem. O poder é a questão central de qualquer sociedade, durante vinte anos, Lampião varreu o sertão de sete Estados nordestinos, tornando-se um poder paralelo ao oficial. 

A vida de Lampião foi dotada de contradições, o que gerou representações múltiplas sobre o mesmo. Foram construídos sobre a sua imagem discursos, os quais o apresentam como bandido, justiceiro, facínora, sanguinário, estuprador, estrategista, paladino da justiça, etc. 

Cada representação elaborada sobre os cangaceiros vem carregada com os estigmas dos interesses dos vários grupos e setores sociais. Um importante espaço de construção de representações sobre Lampião foi a imprensa escrita, apesar de, nas suas notícias, representar a concepção da elite dominante, tentando passar imagens pejorativas sobre o cangaceiro, acabou atribuindo a Lampião o lugar de Rei do Cangaço, devido a sua ousadia, coragem e constantes fugas diante das estratégias das forças volantes.


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