Seguidores

domingo, 15 de dezembro de 2019

SEMELHANÇAS ENTRE A HISTÓRIA DE VIRGULINO, O LAMPIÃO E A DE JOÃO ACÁCIO PEREIRA DA COSTA, O “BANDIDO DA LUZ VERMELHA”.


Por Verluce Ferraz

Virgulino o Lampião de menino á homem, entrou numa fase de desenvolvimento mental com a cabeça em tempestade e anormal. Exibia ambições desenfreadas, inteirament4e desproporcionais as suas escassas condições financeiras. Começa a roubar e perde a confiança de amigos e vizinhos. Pelos apanhados nos relatos de pesquisadores, as irmãs não tinham paranoia; os irmãos todos a exceção de Antônio Ferreira, que cuidava das irmãs e nelas faltava uma hereditariedade neuropática. Pela música dedicada à avó, a ‘mulé rendeira’ passei a entender os interesses pelas artes do cangaceiro Virgulino, que de almocreve passa a confeccionar utensílios de metal, couro, com adornos muito ricos de detalhes, peças de ouro e pedras preciosas Já rapaz há de fazer as pazes com o seu estilo de costureiro, bordador, cozinheiro; tal qual fazia a avó materna. Parece, com isso, conceber de certa calma e sua inclinação para atormentar-se, no meu entendimento, era menor, mesmo não fugindo da possibilidade de estar pronto para migrar do coito e fazer novos ataques à população – quando entra para o mundo cangaceiro. Assaltava, roubava, saqueava o suficiente para manter a si e seus sequazes. Forma seus grupos e na escassez de alimentos seu trabalho psicológico era ampliar caminhos; instruir seus grupos para investir sobre pessoas que pudessem suprir suas necessidades. Tais episódios mentais ocorriam sempre, e exatamente depois de uma recusa a uma missiva que enviava a qualquer pessoa que mirasse como alvo para seus saques. Recusava-se a todos e quaisquer pedidos de clemência, quando surrava e maltratava qualquer pessoa. Virgulino só conseguia aliviar-se de suas agitações quando cometia atrocidades; matando por sangramento, esquartejando suas vítimas, ateando fogo em casas e plantações; seu gozo fálico estava garantido. Mas se fazia de simpático aos possuidores de bens e que lhe fornecessem estada e poderes. Era cauteloso com esses também; detestava ser enganado; algumas vezes foi; citemos o caso do Petronilo de Alcântara Reis.

Ultrapassamos a ordem cronológica da história de Virgulino, o Lampião, mas é bom lembrar do começo oficial dos fatos. Encontrei no livro do escritor José Alves Sobrinho, cujo título Lampião Antônio Ferreira e Levino – A parceria no Cangaço – que relatou que o pai de Lampião era calmo e a mãe muito severa. José Ferreira dos Santos, pai de Virgulino se interessa em ganhar um bom dinheiro para casar com a jovem de 15 anos chamada Maria Sulena da Purificação; só não sabia que a mesma estava grávida de Venancinho Nogueira. Depois ficou sabendo que era marido da jovem por interinidade, mas com a soma recebida em dinheiro e uma parte de terras (150 braças de terras da Fazenda Matinha), ficou satisfeito; afinal, a mocinha era graciosa, de sangue de caboclos da Serra do Umã... – nasce-lhe o menino Antônio Ferreira da Silva, em julho do ano de 1895, primogênito de Maria Sulena da Purificação, tendo por pai Venâncio Barbosa Nogueira, e por avó Jacoza Vieira da Soledade.

Semelhantes casos fronteiriços ao do Virgulino sempre nos chegam. A modificação de sua personalidade, o jeito de comportar-se brando de delírios e alucinações são objeto de comentários de alguns escritores. Chega às livrarias a biografia de João Acácio Pereira Costa, O Bandido da Luz Vermelha, cuja editora é a Noir.


Eis o que encontrei a respeito do João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, em entrevista com o jornalista baiano, biógrafo, para um jornal, cujo nome é Gonçalo Junior.

O quê atraiu você na história do João Acácio?

Gonçalo Junior – A história do bandido sempre me fascinou muito, porque existe um trauma muito grande nesta cidade (São Paulo). Além disso, é um personagem muito interessante para biógrafos. Na verdade, todos os biografados com os quais trabalhei são personagens um pouco à margem do sistema, e vi que a do bandido era interessante nesse sentido. A oportunidade chegou quando decidi ir aos arquivos do Tribunal de Justiça de São Paulo para ver se conseguia acesso a esses arquivos. Consegui e acabei escrevendo o livro.

Ele foi matéria-prima para um clássico do cinema nacional (“O Bandido da Luz Vermelha”, 1968) e inspirou música (“Rubro Zorro”, do Ira!), e agora vira livro. A vida de crimes do Joinvilense João Acácio Pereira da Costa, um dos maiores personagens da crônica policial brasileira, ganhará uma biografia a ser lançada em setembro pela editora Noir.


“Famigerado – a Vida e o Tempo de João Acácio, o Bandido da Luz Vermelha” está sendo escrito por Gonçalo Junior, jornalista baiano radicado em São Paulo com diversas biografias no currículo. Ele se embrenhou nas 22 mil páginas dos 88 processos judiciais contra o criminoso que aterrorizou São Paulo nos anos 60, além de colher vários depoimentos.

Dessa pesquisa, Gonçalo emerge com um retrato da vida traumática e violenta de João Acácio – cuja morte completou 20 anos no dia 5 de janeiro -, incluindo sua infância nas ruas de Joinville, quando iniciou no mundo do crime.

Acompanhando seus passos em Curitiba, Santos e São Paulo, o jornalista chegou a 154 mansões assaltadas na capital paulista, cerca de cem estupros e 12 homicídios cometidos pelo Luz Vermelha. Ou seja, um retrato bem distante da aura reluzente que o filme de Rogério Sganzerla emprestou a ele, como Gonçalo Junior enfatiza nesta entrevista exclusiva a Orelhada.

FIGURAS ILUSTRATIVAS: 1 - Virgulino o Lampião - 2 João Acácio Pereira da Costa, O Bandido da Luz Vermelha - 3 - Método utilizado pelo médico cientista Lombroso, da Escola Italiana.



http://blogodmendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário