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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

SÃO JOSÉ DE BELMONTE POR VALDIR NOGUEIRA

Matriz de São José de Belmonte

O que me contaram os mais velhos sobre nossa cidade? Cada geração tem de sua cidade, a memória de acontecimentos que são pontos de amarração de sua história. O caudal de lembranças, correndo sobre o mesmo leito, guarda episódios notáveis que já ouvimos muitas vezes de nossos avós. A passagem do cometa Halley com sua cauda luminosa varrendo o céu belmontense, a secular briga de Carvalho e Pereira, a gripe espanhola, o alvoroço do primeiro automóvel, a morte de Dandão Pereira, a invasão de Belmonte pelo famigerado Lampião, ... O vôo do primeiro avião sobre a cidade de Belmonte..., as festas de São José e do Coração de Jesus, as festas de partidos, os corsos do carnaval, os bailes do 1º de Maio no SOB...

Mas a memória rema contra a maré; o meio urbano afasta as pessoas que já não se visitam, faltam os companheiros que sustentavam as lembranças e já se dispersaram. Daí a importância da coletividade no suporte da memória. Quando as vozes das testemunhas se dispersam, se apagam, nós ficamos sem guia para percorrer os caminhos da nossa história mais recente: quem nos conduzirá em suas bifurcações e atalhos? Fica-nos a história oficial: em vez da envolvente trama tecida à nossa frente, só nos resta virar a página de um livro, unívoco testemunho do passado.

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