Erasmo Esteves OMC (Rio
de Janeiro, 5 de junho de 1941), conhecido artisticamente como Erasmo
Carlos, é um cantor, compositor, ator, músico, multi-instrumentista e escritor brasileiro.[2].
Biografia
Anos 50 e 60
Nasceu no
bairro da Tijuca na Zona Norte do Rio de Janeiro, de mãe
solteira, vindo a conhecer seu pai, somente aos 23 anos de idade.[4]
Erasmo
conhecia Sebastião Rodrigues Maia (que mais
tarde seria conhecido como Tim Maia) desde a infância, entretanto a amizade só viria
na adolescência por conta da febre do Rock
and Roll.
Erasmo
Carlos. Arquivo Nacional.
Em 1957 Tim
Maia montou a banda The Sputniks, sendo os membros da banda Tim, Arlênio
Lívio, Wellington Oliveira e Roberto
Carlos.
Após uma briga
entre Tim e Roberto, o grupo foi desfeito, Wellington desistiu da carreira
musical, o único remanescente era Arlênio que no ano seguinte resolveu chamar
Erasmo e outros amigos da Tijuca, Edson Trindade (que tocou violão no grupo
Tijucanos do Ritmo, onde Tim Maia tocava bateria) e José Roberto, conhecido
como "China" para formarem o grupo vocal "The Boys of
Rock".
Por sugestão
de Carlos Imperial o grupo passou a se chamar The
Snakes, o grupo acompanhava tanto Roberto quanto Tim Maia em seus respectivos
shows.
Erasmo foi
apresentado a Roberto por Arlênio Lívio, Roberto precisava da letra da
canção Hound
Dog, sucesso na voz de Elvis
Presley, então Arlênio disse que Erasmo seria a pessoa que possuiria tal
letra, pois este era um grande fã de Elvis, Roberto descobriu outras afinidades
com Erasmo, além de Elvis, ambos gostavam de Bob Nelson, James Dean, Marlon
Brando, Marilyn Monroe, e torciam para o Vasco da Gama.
O The Snakes
chegou a acompanhar, o cantor Cauby
Peixoto em sua inusitada passagem pelo rock, na gravação de "Rock
and Roll em Copacabana" de 1957 e no filme "Minha Sogra é da
Polícia" (1958), onde o cantor interpreta a canção "That's Rock"
composta por Imperial[5].
Nos tempos da
juventude também conheceu, Jorge
Ben Jor[6],
na época conhecido como Babulina e Wilson
Simonal, que também foi agenciado por Carlos Imperial.
Erasmo
resolveu adotar o nome Carlos no nome artístico em homenagem ao Roberto Carlos
e a Carlos Imperial e com esse nome lançou o compacto que seria de grande
sucesso com a música O Terror dos Namorados com a novidade do Órgão Hammond de Lafayette que
também era seu amigo e da Turma do Bar Divino na Tijuca.
Com a chegada
da bossa
nova, Erasmo também se deixou influenciar pelo gênero, Roberto chegou a se
tornar crooner cantando bossa nova, bastante influenciado por João
Gilberto. Nesse período, Erasmo compôs "Maria e o Samba", cantado
por Roberto na boate onde era crooner.[7]
Antes de
seguir carreira solo, Erasmo fez parte da banda Renato e Seus Blue Caps.
Participou
efetivamente junto com Roberto Carlos e com Wanderléa do
programa Jovem Guarda onde tinha o
apelido de Tremendão, onde por mais que Elvis fosse seu ídolo, tentava se
diferenciar. Seus maiores sucessos como cantor nessa fase foram "Gatinha
Manhosa" e "Festa de Arromba".
Em 1966
Erasmo, Eduardo Araújo e Carlos
Imperial foram acusados de corrupção de menores, contudo ele e os
demais foram inocentados.
Com o término
do programa, entrou em crise, mas conseguiu se recuperar com a ajuda de seu
parceiro Roberto Carlos e de sua esposa, Narinha. Nessa fase de transição fez
sucesso cantando "Sentado à Beira do Caminho" e
"Coqueiro Verde", Roberto e Erasmo eram criticados por cantar e
compor Rock e
de serem americanizados, Coqueiro Verde foi o primeiro samba-rock gravado
por Erasmo.
Chegou a
dividir uma apartamento com Jorge
Ben Jor, apontado com um dos criadores do estilo[8], no
Bairro do Brooklin em São Paulo.
O disco Erasmo Carlos e os Tremendões já
é um trabalho transitório na carreira do artista. O LP, de 1969, traz
interpretações muito peculiares de canções de compositores da MPB, como
"Saudosismo", de Caetano
Veloso e "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso (lançada
no filme Roberto Carlos e o Diamante
Cor-de-rosa em que Erasmo atua com Roberto e Wanderléa)
e "Teletema" (canção originalmente interpretada por Regininha,
sucesso por ter sido tema da novela Véu de Noiva, da Rede Globo),
de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, além da primeira gravação de "Sentado
à Beira do Caminho".
Anos 70
Erasmo Carlos,
Roberto Carlos e Vanderlea no filme “Roberto Carlos e o diamante cor de rosa”,
1972. Arquivo Nacional.
Na década
de 1970, Erasmo assina com a Polydor. A
primeira metade da década mostra o Tremendão num estilo bem diferente da Jovem
Guarda. Influenciado pela cultura hippie e
pelo soul,
lança Carlos, Erasmo em 1971. O disco, que abre com "De Noite na
Cama", escrita por Caetano Veloso especialmente para ele, traz um polêmica
ode à maconha.
O
existencialismo prossegue em seus outros LPs dos anos 70: Sonhos e Memórias, Projeto Salva Terra e Banda dos Contentes. "Sou uma Criança, Não
Entendo Nada", "Cachaça Mecânica" e "Filho Único" são
algumas canções de destaque no período. Pelas Esquinas de Ipanema, seu LP de 1978,
inclui uma impactante canção que denuncia o descaso do homem com a ecologia:
"Panorama Ecológico".
Participou dos
filmes Roberto Carlos a 300
Quilômetros por Hora (1971), de Roberto
Farias; e Os Machões (1972), dirigido por Reginaldo
Faria, que também atuou no filme. Em 1975 aparece em show ao vivo no
documentário Ritmo Alucinante, registro do festival de
rock Hollywood Rock realizado no mesmo ano, no Rio
de Janeiro.
Anos 80
Erasmo
Carlos. Arquivo Nacional.
Erasmo Carlos
começa os anos 80 com um projeto ambicioso. Erasmo
Convida é um pioneiro projeto no Brasil. Foram 12 canções
interpretadas em dueto com artistas como Nara Leão, Maria
Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, A Cor do
Som, As Frenéticas, Gilberto
Gil, Rita
Lee, Tim
Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso. A faixa de abertura do
álbum foi a que teve maior destaque nas rádios: a regravação de "Sentado à
Beira do Caminho", com a participação do parceiro Roberto Carlos nos
vocais.
No ano
seguinte, o LP Mulher tem uma grande repercussão com as
canções "Mulher (Sexo Frágil)" (escrita com sua mulher, Narinha),
"Pega na Mentira" e "Feminino Coração de Deus" (de Sérgio
Sampaio). O sucesso na mídia, que continuou com Amar Pra Viver ou Morrer
de Amor (1982), trouxe uma cobrança para Erasmo: assim como o parceiro
Roberto Carlos (no auge do sucesso), ele deveria lançar um trabalho inédito
todos os anos. "Lentinha, para tocar no rádio", como disse o
cantor ao relembrar seus discos na época. Embora seja a década com mais lançamentos
de trabalhos novos, Erasmo tem algumas ressalvas sobre os seus discos a partir
da segunda metade da década - Buraco Negro (1984), Erasmo Carlos (1985), Abra
Seus Olhos (1986) e Apesar do Tempo Claro... (1988). O
disco de 1988 seria seu último na Polydor (selo da Polygram,
hoje Universal Music).
Valendo-se
ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que numa participação
especial diminuta, no coro da versão brasileira de "We
Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou
fundos para a África, ou USA
for Africa. O projeto Nordeste
Já (1985),
abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação
coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água".
Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi, no entanto,
criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada
uma delas no coro.
Em 1989, ele
ainda faria o álbum ao vivo Sou uma Criança, com participações de Leo Jaime e
dos grupos Kid Abelha e João Penca e Seus Miquinhos
Amestrados e lançados pela pequena gravadora SBK.
Anos 90
Nos anos 90, o
trabalho de Erasmo apareceu de forma bissexta na canção. Além de sempre assinar
com Roberto Carlos as canções feitas para seus discos anuais, ele lançou dois
discos. Homem de Rua, lançado pela Sony Music em
1992, chegou a ter repercussão com a faixa-título, que fez parte da trilha da
telenovela De Corpo e Alma, mas a canção era tema
do personagem Bira de Guilherme de Pádua, que, ao lado da esposa Paula
Thomaz, assassinou a atriz Daniella
Perez, filha da autora da novela Glória
Perez. Por conta desse acontecimento, Erasmo em respeito a atriz, nunca
mais cantou essa música. Outra gravação de destaque foi "A Carta", na
qual Erasmo cantou com Renato Russo.
Em 1995, ele
voltou a ter destaque nas comemorações dos trinta anos da Jovem
Guarda, que rendeu discos e shows. No ano seguinte, Erasmo gravou o
álbum É Preciso Saber Viver,
com regravações de canções de seu repertório. O destaque foi para "Do
Fundo do Meu Coração", dueto com Adriana Calcanhotto.
Em 26 de
dezembro de 1995, sua ex-esposa Sandra Sayonara Saião Lobato Esteves, a Narinha
morreu de parada cardiorrespiratória, aos 49 anos,
depois de ingerir cianeto. Narinha tinha uma ponte
de safena e havia tentado o suicídio duas
vezes. A primeira, com um tiro, e outra, ao ingerir uma alta dose de tranquilizantes.
Narinha era paisagista e morava sozinha num apartamento em São Conrado, no Rio de
Janeiro. O casal estava divorciado havia quatro anos, depois de um casamento de
treze.[9]
Século XXI
Erasmo Carlos
durante show em 2016.
Somente em
2001 Erasmo voltaria a lançar um disco novo. Pra
Falar de Amor traz interpretações dele para canções apenas suas, além
de canções de Kiko Zambianchi e Marcelo
Camelo. O destaque é "Mais um na Multidão", dueto com Marisa
Monte e de autoria de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos
Brown. No ano seguinte, ele lançou seu primeiro DVD ao vivo, além de um CD
duplo.
No início de
2004, ele lançou seu trabalho mais autoral: Santa
Música, com doze canções de autoria apenas de Erasmo Carlos. Além da
faixa-título, destaca-se a faixa "Tim", feita em homenagem a Tim Maia. Em
5 de fevereiro de 2004, sua mãe Maria Diva Esteves faleceu aos 83 anos devido a
complicações de diabetes e isquemia.[10]
Em 2007,
Erasmo novamente lançou um disco no qual recebe convidados. Erasmo Convida, Volume II apresenta
novos encontros musicais em que Erasmo interpreta parcerias dele com Roberto.
Adriana Calcanhotto, Lulu Santos, Simone, Marisa
Monte, Milton Nascimento e as bandas Skank e Los
Hermanos estão entre os convidados. A faixa de maior destaque nas rádios
é "Olha", cantada com Chico
Buarque, e tema da novela das 21 horas, Paraíso Tropical, da Rede Globo.
Também em
2007, Erasmo compôs a faixa de abertura de SóNós, o
segundo disco-solo da vocalista do Kid Abelha, Paula
Toller. No dia 5 de junho de 2009, no dia em que completou 68 anos, Erasmo
lançou, pela sua gravadora Coqueiro Verde, o CD Rock 'n' Roll, uma homenagem
ao gênero que mais o influenciou, com 12 composições próprias, sendo 7 em
parceria: Nando Reis (em "Um beijo é um tiro" e
"Mar vermelho"), Nelson
Motta (em "Chuva ácida" e "Noturno
Carioca"), Chico Amaral (em "Noite
perfeita" e "A guitarra é uma mulher"), e Liminha e Patrícia Travassos (em
"Celebridade"). Destaque também para "Olhar de mangá", na
qual Erasmo cita nomes de 52 personalidades femininas (reais ou fictícias), a
canção é inspirada nas expressões faciais usada no quadrinhos japoneses (os
chamados mangás)[11]. No
mesmo ano, publicou a autobiografia Minha
Fama de Mau publicada pela Editora
Objetiva.[12] O
livro seria adaptado em um filme homônimo em 2019, com
Erasmo interpretado por Chay Suede.
Em 2010,
Erasmo compôs em parceira com Eduardo
Lages e Paulo Sérgio Valle um samba
enredo para a GRES
Beija-Flor, que anunciou um enredo sobre Roberto Carlos para 2011[13],
porém, o samba composto por Erasmo não passou nas eliminatórias[14], a
canção escolhida foi "A Simplicidade de um Rei", que tem como um dos
co-autores, JR Beija-Flor, filho do intérprete da Escola, Neguinho da Beija-Flor[15]
Erasmo lançou
um novo disco intitulado Sexo em
agosto de 2011. Em 2013 a faixa "Além do Horizonte" foi tema da novela homônima das 19 horas,
também da Rede Globo. Em 2014, é lançado Gigante
Gentil, seu terceiro disco consecutivo só com músicas inéditas.[16] O
disco venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock
Brasileiro.[17]
Em 14 de maio
de 2014, seu filho Alexandre
Pessoal, também cantor e compositor, morreu aos 40 anos de idade, vítima
de morte cerebral causada por um acidente de moto
em 7 de maio. Ficou em coma induzido, porém não resistiu ao tratamento e
faleceu.[18][19]
Em março de
2015, o deputado federal Tiririca foi condenado a pagar uma
indenização a Erasmo e Roberto
Carlos por parodiar a música O Portão nas eleições de 2014.[20] Em
junho do mesmo ano, Erasmo lançou o DVD Meus
Lados B, só com músicas "lado B" de seu repertório.[21]
No dia 29 de
agosto de 2018, o cantor foi indicado ao Grammy Latino: Prêmio Excelência
Musical da Academia Latina de Gravação, já no dia 13 de novembro de 2018, em
Four Seasons Hotel, em Las Vegas, Erasmo Carlos foi homenageado e então recebeu
o prêmio, insigne de "à excelência musical", o cantor
sentiu-se lisonjeado.
Também vale
sobre-exceder o prêmio UBC em 9 de outubro em 2018, em mesma data a "União
brasileira dos compositores" ou simplesmente UBC, entrega ao cantor Erasmo
Carlos o prêmio insigne "compositor brasileiro do ano",
juntamente com essa remuneração, foi feita uma homenagem em forma de um
documentário, neste documentário, inúmeros artistas atuais e clássicos compareceram,
como por exemplo: Gilberto Gil, Ludmilla,
entre vários outros, no documentário, esses ícones reforçam a importância de
Erasmo Carlos na composição da música brasileira em geral.[22]
Em dezembro de
2019, lançou o EP Quem Foi Que Disse Que Eu
Não Faço Samba..., álbum dedicado a canções de samba e
ao samba
rock compostas ao longo de sua carreira.[23][24]
Em 2020,
inova, ao assinar contrato com a Netflix como
ator e protagonizar o longa- metragem Modo
Avião, juntamente com Larissa
Manoela.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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