Clerisvaldo B. Chagas, 2 de junho de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.567
Muitos ali fazem convescotes. Outros sentam solitário nas suas bocas a meditar e beber. Lugar bom de pesquisar sobre a fauna e a flora, de acampar, de caminhar e de entender o que se procura da vida. Quando a barragem foi construída no início da década de 50, também formou uma casinha do outro lado do rio que originou o bairro do mesmo nome e que progrediu bastante e hoje está irreconhecível. O bairro dos cassacos (construtores de estradas) faz parte da BR-316, nela está enraizado e conta a epopeia da construção da rodagem antiga e da barragem que seria a grande fornecedora d’água para Santana. A barragem seca ou cheia sempre foi um ponto atrativo da cidade. A sua ponte continua sem nenhum retoque desde a construção. Coisa bem feita no tempo que os homens tinham vergonha.
Mas, para a exigência moderna, a ponte ficou estreita e as passarelas laterais amedrontam os pedestres, pois, além de estreitíssimas, têm baixa altura. Muitos transeuntes preferem esperar o trânsito momentâneo de automóveis, caminhões e carretas, para atravessarem correndo antes do próximo bicho de motor. Não é fácil porque a ponte é comprida igual a uma semana de fome.
Contudo, a velha barragem continua romântica e nostálgica como um idílio. Naturalmente algumas pessoas não conseguem enxergar doçura num monte de concreto. Mas, bem dizem os que entendem, “os poetas enxergam diferente”.
Fazer o quê?
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