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domingo, 17 de julho de 2022

O CANGAÇO EM POÇO REDONDO A CAPELA DA FAZENDA PELADA

 Rangel Alves da Costa

 


O dia era 13 de junho de 1932. Bem ao lado desta capelinha que tem São Clemente como padroeiro, na região da Pelada nos sertões sergipanos de Poço Redondo, o percurso cruel e desumano da Chacina do Couro (perseguição sangrenta comandada pela perversidade do cangaceiro Gato, tendo ao lado os igualmente terríveis bandoleiros Suspeita, Medalha, Azulão e Cajueiro, vitimando inocentes homens da terra), teve por consequência o assassinato de mais três homens da terra, um morador da região, um pai e um filho. 

Gato e Inacinha

Depois de terem chacinado Antônio Monteiro e o menino Galdino mais atrás, na região da Lagoa do Tingui, Gato e seus comandados seguiram buscando mais sangue. Chegaram à casa da fazenda na Pelada, de propriedade de um senhor chamado Clemente, já trazendo outro sertanejo amarrado: Alfredo. 

Na casa encontraram Clemente e o seu filho chamado João. Instantes após, pelo fato de Alfredo afirmar que já não suportava tanto sofrimento e preferia a morte, então a cangaceirama nem pensou duas vezes, pois fizeram o sertanejo impiedosamente tombar pela terra. 

  Em seguida, sem qualquer motivação para tamanha brutalidade e covardia, mataram também o pai e o filho. A antiga casa foi sendo abandonada e ao lado, após fatos misteriosos surgidos, uma casinha de oração foi construída. Tempos após, contudo, uma capelinha foi erguida para zelar pelas cruzes de Clemente, João e Alfredo, que continuam em seu interior.

Os moradores da região afirmam que num dos cantos da capelinha marcas de sangue insistentemente surgem, ainda que atualmente cimentada. São fatos, memórias e histórias ainda presentes na Pelada e região, e que vivamente testemunham a terrível passagem do cangaceiro Gato e sua malta pelos sertões poço-redondenses. 

Em julho, as pegadas dos turistas e pesquisadores estarão por aí. Quem quiser participar basta entrar em contato com o documentarista Aderbal Nogueira. Assim, nos dias 29 e 30 de julho, Poço Redondo se tornará num livro vivo para o conhecimento da história cangaceira nos sertões sergipanos do São Francisco.

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