Por Mendes Pereira
Em uma das
muitas viagens que fizemos às terras encharcadas do Pantanal, localizadas na
América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, onde guardam a mais
linda fauna e flora do planeta, fomos atacados por gigantes jacarés, que sem
menos esperarmos, ficamos encurralados por mais de 10 devoradores de carne
humana.
A equipe de
visitantes ao Pantanal era formada por: Gregório Santos, um engenheiro
agrônomo, formado pela “ESAM”, Mossoró, nos dias de hoje, “UFERSA”, Marcos
Vital, recém formado em Matemática pela “UERN”, antiga “FURRN”, também Mossoró,
Paulo Gameleira, um capacitado professor de Química e Física; as irmãs
gêmeas, Letícia e Lair Prado, cearenses, e eu, de Mossoró, um simples professor
de Português.
Foi um dos acontecimentos mais tristes que passamos em todas as nossas vidas; quando caminhávamos pelos verdejantes e alagados solos Mato-grossenses, fomos surpreendidos por uma porção de jacarés, talvez faminta, alguns já velhos e desnutridos, faltando-lhes alguns devoradores dentes; outros ainda muito jovens, e dois ou três estavam se preparando para a juventude.
As chances de
sairmos de lá vivos, eram restritas, talvez um ou dois por cento, se bem que
tivéssemos oportunidades para sobrevivermos.
Nenhum de nós
estava livre dos ataques daquelas fortes mandíbulas. Os jacarés nos
vigiavam como se fôssemos o último almoço de todos os tempos. Cada passo que
nós dávamos para frente ou para traz, os jacarés, todos, nos acompanhavam.
O primeiro a
estrear nos amolados e pontiagudos dentes de um jacaré, foi o Gregório Santos;
com uma só fechada de mandíbulas, o velho jacaré o partiu ao meio, e nem
precisou sair do lugar para capturá-lo. Nós que assistíamos de perto tamanha
malvadeza, já esperávamos a nossa vez.
Em seguida, foi
a vez do Marcos Vital, que tentou correr por cima de alguns jacarés
enfileirados, mas foi pego por um esfomeado, arremessando-o ao
longe, já caindo pronto para os jacarés o saborearem.
Aos poucos os
esfomeados foram fechando o cerco, e um jacaré dos mais jovens, resolveu
abocanhar um dos braços do Gameleira, arrancando-o de uma só vez, e ao cair,
foi devorado por um, que quase provocou uma confusão danada, com outro que
disputava o corpo do Gameleira.
Como todos nós
ali estávamos condenados a passarmos pelas mandíbulas de tantos
jacarés, finalmente, chegou a minha terrível vez. Quando um jacaré partiu para
me devorar, eu desesperadamente gritei: “- Valha-me, Jesus Cristo!” E com esse grito
assustador, acordei. Eu estava sonhando.
Que felicidade! Os jacarés existiram apenas no meu sonho.
Minhas simples
histórias
Se você não gostou da minha historinha, não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.
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