Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2023
Escritor
Símbolo do sertão Alagoano
Crônica: 2.829
Estamos lendo
sobre um projeto público, ao mesmo tempo lembrando de uma palestra que
assistimos em Arapiraca, há muito tempo. Uma senhorita que atuava na Cultura,
nos explicava de plano que foi elaborado para os artistas da terra e, que foi
um grande fiasco. Disse ela que após o fracasso, a equipe sentou-se para
analisar a causa de tanto descontentamento quando posto em prática o projeto. A
equipe descobriu o “X” do problema. Não era aquilo que a classe
queria. E ficou a lição de que em projeto público a classe
interessada deve ser ouvida e fazer parte do projeto. Nunca impor de goela
abaixo. Todos convocados, novo projeto à mesa e êxito total na sua
implementação. Mas, o que impressionou mesmo naquela palestra que ouvimos, foi
a humildade da palestrante em reconhecer o seu erro e ainda aconselhar a todos
os presentes.
Estar aí um
motivo para afastamento da arrogância e da soberba de alguns dirigentes nesse
país, que agem como aquele que dá uma esmola na rua. Muitos que se elegem a
alguma coisa com o voto do povo, caem na tentação de acharem que “tudo agora é
meu”, e assim agem como os antigos escravocratas donos de engenho do passado,
acreditando piamente que são superiores aos que os colocaram no poder. Até que
frequentam templos religiosos para serem vistos e assim darem satisfação à
sociedade, não acreditam, porém, intimamente que Deus está acompanhando de
perto todos seus atos malévolos, mascarados de caridade.
E como ouvimos
do cantador de viola sobre a morte, a riqueza acumulada (ilicitamente) não cabe
no caixão, nem o poder e nem nada além do corpo e alma corrompida que seguirá
para regiões onde se pagará até o último ceitil de tantas dívidas acumuladas na
terra. Nada adiantará a desfaçatez de homenagens terrenas e bestas porque o
corrupto estará pagando caro longe da soberba
familiar. Isto não representa desabafo algum,
apenas uma observação juntos aos repentistas nordestinos. Afinal, como dizia o
quadro que havia na Farmácia Vera Cruz: “entrai pela porta estreita, larga é a
porta da perdição”. Mas, que perdição? Perguntam os incrédulos.
Antes de partir você saberá.
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