Acervo do Jaozin Jaaozinn
Registro do
ex-volante Andrelino Marcolino Nogueira, para o jornal “Manchete/RJ” em 1981.
Andrelino
Marcolino Nogueira, era pernambucano da região de Serra Talhada/PE, nasceu no
dia 30 de setembro de 1909, sendo filho de Camilo Marcolino Nogueira e
Possidônia Nogueira da Silva. Andrelino tinha nove irmãos. Ele e sua família
tiveram contato com Virgulino e os demais Ferreiras. Era vizinho da casa de
Manoel Pedro Lopes e Jacoza da Soledade (avós de Virgulino e pais do Sr. José
Ferreira), e apenas o riacho São Domingos o separavam um pouquinho, entretanto,
se criaram juntos.
Segundo o
mesmo para o Jornal Manchete, disse que Lampião era almocreve e artesão no
sertão do Pajeú. Em uma cajazeira que tinha na casa da irmã do volante, a Dona
Águeda Possidônia Nogueira, o jovem Virgulino passava horas mexendo com os
artigos de couro. Porém, a mesma mandou cortar a árvore por desgosto.
Foi testemunha
desde a juventude dos irmãos Ferreira até às desavenças que se iniciaram em
meados dos anos de 1916. Cita que ainda lembra de Virgulino, Antônio e Livino
quando eram trabalhadores, cuidando do gado e dos bodes da propriedade.
Complementa também que foram almocreves, transportando mercadorias para as
regiões de Arco-Verde, Garanhuns, Águas Belas, Triunfo, Piranhas, entre outros
locais. Dá detalhes certeiros sobre a evasão dos Ferreiras e das mortes de seus
pais.
Entrou na
força volante entre os anos de 1931/1932, fugindo do seu pai (não se sabe por
qual motivo). Relata que pagavam 95 mil réis por mês, utilizavam roupa cáqui ou
mescla e a indumentária era extremamente semelhante com a dos cangaceiros. E
por causa da estética ser muito parecida, além dos encontros de outras volantes
onde, ocorriam um fogo amigo por se pensar em ser os bandoleiros, um comandante
ordenou que as tropas utilizassem chapéu de massa fina.
Andrelino
relata que andavam 45 volantes em um comando, em outro já eram 30, e quando se
juntavam, chegavam à numeração de 100 militares, a cavalo, a pé, de todo jeito.
E quando sabiam da notícia de cangaceiro na região, tomavam animais de quem
tivesse para a melhor locomoção.
Atuou nas
regiões da Bahia por oito meses, perambulando pelas regiões do Juazeiro,
Bonfim, Barro Vermelho, Canudos, Raso da Catarina, Chorrochó e Uauá. Diz que,
nas horas de se alimentarem, matavam as criações dos sertanejos.
Possivelmente
participou até o fim da campanha contra o cangaceirismo (ou até os anos de
1933/1934). Se casou com Maria Anália de Moura, com quem teve cerca de onze
filhos. Não tenho as informações da data de falecimento de ambos, porém,
viveram sua velhice nas regiões de Pernambuco.
𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺:
𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍
𝑴𝒂𝒏𝒄𝒉𝒆𝒕𝒆/𝑹𝑱
- 1981; 𝑮𝒆𝒏𝒆𝒂𝒍𝒐𝒈𝒊𝒂
𝑷𝒆𝒓𝒏𝒂𝒎𝒃𝒖𝒄𝒂𝒏𝒂.
.𝐂𝐀𝐍𝐆𝐀𝐂̧𝐎
𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎.
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