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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

PRIMEIRA E SEGUNDA.

 Clerisvaldo B. Chagas, 27 de fevereiro de 2024 

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.017

Bons tempos quando a marca do café alagoano estava no auge. Ao passarmos pela Praça Deodoro, o aroma intenso saía da torrefação do Café Afa, bem ali, na esquina do teatro, do outro lado da rua. E nós, estudantes, ficávamos inebriados e os comentários choviam sobre àquela indústria tão famosa e aceita plenamente em todos os extremos de Alagoas. É certo, porém, que a Praça Deodoro, passou por várias reformas nas sucessivas marchas dos prefeitos. Uns aceitavam as reformas como mais belas, outros preferiam o modelo mais antigo. O Teatro com o mesmo nome da praça, também passava por altos e baixos. E a sorveteria Gut-Gut, tão famosa em Maceió quanto café, teatro e praça, já ameaçava cerrar às portas.

PRAÇA DEODORO (FOTO: B. CHAGAS).

E assim nós pegamos essa fase de ouro do comércio da capital, quando as quatro referências acima, reinavam absolutas no auge da fama maceioense. Em Santana do Ipanema, perguntávamos ao dono do Café do Maneca, como ele fazia para preparar um café tão gostoso... Pouco importava se era um “café pequeno, meio café, ou café grande”, conforme classificava a clientela. Maneca dizia apenas: “Misturo o Café Afa de segunda com o café de primeira”. Mas ainda tinha o segredo da quantidade, da fervura... Que o nosso bom amigo não revelava. Em Maceió, o teatro resistiu, a praça resistiu, mas a Gut-Gut com o melhor picolé do paísl, fechou. E assim o famigerado Café Afa também deu adeus ao povo do meu estado. A saudade bate quando novamente circulamos por ali, quando lembramos também da mulher vendendo Tainha e que somente gritava “inha”, ô inha! E os estudantes, das janelas dos edifícios respondiam: Ôi, ôi!

E ainda vimos, homens de branco, elegantes e de sapatos espelhosos, no capricho dos engraxates da praça. Ali à frente paravam os ônibus, momentos de observações dos conquistadores, às senhoritas que desciam no rigor da moda para o passeio habitual pelo Comércio. Ah! Pouco importava a imponente estátua de bronze do Marechal Deodoro da Fonseca. Cheiro de perfume, aroma de café, gosto de sorvete... Movimentavam a praça chique da capital.

Alerta contra trombadinhas....

“Ô Maceió! É três mulé pra um homem só!”

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