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domingo, 15 de dezembro de 2024

A MORTE DE MANÉ MORENO, ÁUREA E CRAVO ROXO NO COMBATE DO POÇO DA VOLTA

Por José Mendes Pereira

O primeiro livro que li sobre cangaço foi "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico", do famoso Alcino Alves Costa, e este, me foi indicado e emprestado pelo bancário e pesquisador do cangaço Chagas Nascimento, natural de Porto do Mangue, no Rio Grande do Norte, mas radicado por muitos anos em Mossoró. 

E o primeiro blog sobre este tema foi o Cariri Cangaço, do pesquisador Manoel Severo, e logo o Lampião Aceso do Kiko Monteiro, ambos indicados pelo Chagas Nascimento. Mas depois vieram outros, como o Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros, seguido do blog do escritor João de Sousa Lima, e o aparecimento do pesquisador Kydelmir Dantas e outros, e assim, tomei gosto ao tema, não tendo muito domínio, mas já tenho boas informações sobre ele registradas nas minhas páginas sociais e gravadas na minha mente.

O escritor Alcino Alves Costa diz no seu famoso livro que após ter assassinado o vaqueiro Antônio Canela nos Camarões, o cangaceiro Mané Moreno com o seu poderoso bando de marginais, tomam rumo ao Porto da Folha. Com o grupo está um jovem chamado Chiquinho de Aninha, sendo que este serviu para trazer os animais de volta que os cangaceiros levaram consigo.

O bando faz parada em Jaramataia para descansar, e naquela localidade, trabalha um senhor conhecido por Pedro Miguel sendo este pai do futuro cangaceiro Elétrico. A presença do grupo de cangaceiros ali, deixa Pedro Miguel chateado, e resolve procurar o proprietário da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia" o afamado e perverso capitão Lampião, e faz sua queixa contra aqueles malfeitores, e dele recebe apoio, prometendo-lhe que os cangaceiros não iriam mais atanazar-lo.

Mas mesmo assim, o cangaceiro aparece com os seus comandados, talvez ainda não tinha sido encontrado pelo capitão para proibir a sua visita naquela região. E lá, permaneceu com os seus homens por alguns dias, e depois foram para Porto da Volta, na intenção de passarem o São João por lá.

O comandante de volante policial Odilon Flor está na região à procura de cangaceiros, e conversa com Pedro Miguel sobre paradeiros de malfeitores, e ele informa que os cangaceiros estão no Poço da Volta.

Nessa região um riacho passa entre Poço da Volta e Palestina. É na fazenda Palestina que está havendo um baile, e lá, os bandidos estão na maior farra, bebendo e dançando. Mané Moreno rodopia no salão com a sua amada Áurea; os outros aconchegam às mulheres, que não faltam no momento. A bebida é franca.

Na calada da noite e escura, Odilon Flor vem chegando ao forró. Ao longe, ele ouve os gritos dos festeiros, o fole ronca e demais instrumentos fazem a algazarra, divertindo os dançarinos, festa na base do candeeiro, que a luz avermelhada, faz com que a volante descubra o local do forró. A noite está mais para volante do que para cangaceiros. Os malfeitores brincam despreocupados, e a morte está por ali, só observa e imagina qual será a melhor maneira de ataque.

E sem muita dificuldade, a volante se aproxima, e de imediato coloca-se em posição de extermínio ao grupo. Escolhido o primeiro alvo, o casal de cangaceiros Mané Moreno e sua querida, caem já sem vida. Os festeiros gritam em pânico e correm sem direção. Todos queriam sair o mais rápido possível daquele inferno.

O cangaceiro Gorgulho, mesmo com a perna quebrada, consegue furar o cerco dos policiais, e se salva, e aos poucos, se arrastando, desaparece na escuridão da noite, sem nenhuma perseguição policial contra ele.

Segundo o escritor Alcino Alves Costa os escritos afirmam que Gorgulho foi morto neste combate, mas na verdade, quem foi assassinado foi o cangaceiro Cravo Roxo. Gorgulho foi se tratar nos altos do Cajueiro, onde recebeu a ajuda de Lisboa, um dos irmãos Félix. Quando se recuperou, deixou o cangaço e foi embora para a sua terra Salgado do Melão

Segundo a fonte "Lampião Além da Versão..." a cabeça do meio não é a de Gorgulho. É a de Cravo Roxo. Foto extraída do livro "Lampião entre a Espada e a Lei" Autor Sérgio Augusto de Souza Dantas

A vitória do policial Odilon Flor e seus comandados foi muito valiosa, agora era só tomar para si os pertences dos cangaceiros Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea.

O facínora Mané Moreno era primo legítimo dos cangaceiros Zé Baiano e Zé Sereno. Zé Sereno era primo carnal de Zé Baiano.

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