Por José
Mendes Pereira (Crônica 21)
(Antes de começarmos a nossa historinha alerto aos amigos leitores que, o que eu escrevi, não se refere a nenhum tipo de críticas com ninguém. É somente para divertir a nossa vida. O professor João Maleável é mais um dos meus personagens, mas sem humilhar ninguém. Durante o tempo em que eu trabalhei em sala de aula, vivi no meio de bons professores e competentes, além do mais, amigos).
Nos últimos anos, o João Maleável se sentia meio cansado e precisava com urgência de férias. E para isso, ele tinha direito. Sim senhor! Quase quinze anos de serviços. Podia se afastar de suas atividades, pelo menos por um período de seis meses. E se quisesse, ausentar-se-ia por nove meses. Isso era uma opção dele.
E às pressas, procurou um substituto. Carlos Maia. Um primo carnal e de grande confiança. "- É meu primo carnal. Filho de um irmão do meu pai e filho de uma irmã da minha mãe, dizia ele apresentando o novo mestre ao diretor da escola".
O Carlos Maia, um jovem que ainda não tinha experiência em sala de aula, mas, sempre fora de muita responsabilidade em tudo que tomava de conta. E por sinal, acadêmico de letras, em uma das universidades do Rio Grande do Norte. Um grande homem letrado, como dizia o mestre.
Quando o nosso professor entregou o material ao novo mestre, isto é, ao substituto, ele se pôs a observar os quadrinhos da presença no diário, e notou que o veterano fazia a chamada da seguinte maneira: Um "(P)" e um "(O)". Sem entender aquela desastrosa chamada, o futuro dono da sabedoria resolveu pedir uma explicação ao grande professor polivalente.
- Professor, eu estava observando a maneira que o senhor usa para fazer a chamada, e achei muito interessante e engraçada! Quando o aluno estava presente, suponho eu, o senhor colocava um "(P)". Tudo bem! Até aí eu entendi direitinho. Mas quando o aluno não estava presente, o senhor colocava um "(O)". Professor, me dê uma explicação para o significado do diabo deste "(O)"!
O João Maleável cheio de orgulho, metido a inteligente, não só inteligente, mas inteligentíssimo, e com a confiança de que nada estava errado, que sempre fez aquele trabalho certíssimo, e que se dedicava por total e com responsabilidade, olhou bem no fundo do olhar do primo, balançou um pouco a cabeça, dando a entender que o parente talvez não fosse ser feliz na nova profissão, puxou o colarinho da camisa, e com um sorriso largo e aberto, respondeu-lhe:
- Ó meu grande Deus todo poderoso! Primo, não me decepcione diante dos meus amigos professores! É "ozente", primo!
-Sim!..., Sim!..., Sim!..., Sim! Entendi, primo! - Confirmou o marinheiro de primeira viagem com um sorriso sarcástico e fantasioso.
(O que é que é isso, João Maleável?)
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