Por Elson Godoi
Mais ou menos
entre 1896 e 1897, um grande número de sertanejos, liderados por Antônio
Conselheiro, fundaram a comunidade de Canudos no interior da Bahia. Canudos
ficava perto de um monte chamado ‘Morro da Favela’.
O morro assim era chamado porque lá cresciam muitas favelas, plantas
euforbiáceas espinhosas, xerófilas, bastante resistentes à estiagem. ‘Favela’ é
diminutivo de fava (planta leguminosa, como os feijões), assim como ‘barbela’ é
de ‘barba’ e ‘costela’ é de ‘costa’. É que suas sementes são parecidas com às
da fava.
O gênero significa ‘espinho urticante’ (do grego ‘knídos’: urtiga; ‘skólos’:
espinho). O epíteto específico significa ‘folha de carvalho’.
Mas o nome comum, favela, apareceu, entretanto, por escrito só em 1902 na obra
‘Os Sertões’ de Euclides da Cunha.
Nesse livro, Euclides explica a Guerra de Canudos, o conflito entre os
seguidores de Conselheiro e o Exército Brasileiro, e cita, em certos trechos,
tanto a favela quanto o Morro da Favela. Depois do massacre de Canudos, os
soldados voltaram para o Rio de Janeiro, então capital republicana.
Após a guerra, deixaram de receber seus salários, e, por falta de melhores
condições, foram obrigados a se instalar em barracos nos morros da cidade sem
nenhuma infraestrutura. Os primeiros foram no atual ‘Morro da Providência’,
que, relembrando o Morro da Favela, em Canudos, passou a chamar simplesmente de
‘favela’.
Com o tempo,
qualquer aglomerado habitacional, de materiais improvisados, onde moram pessoas
de baixa renda passou a ser chamado assim, mesmo que não seja num morro.
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