Maria Bonita e o bando de Lampião
: ela era considerada a "rainha" do cangaçoArticle Information
Author, Luiza Franco - @luizavmf
Role,Da BBC News Brasil em São
Paulo
1 setembro 2018
Dona de uma "personalidade
espevitada", Maria Bonita - que, em vida, era conhecida como Maria de Déa
- era uma mulher
empoderada, transgressora, bem-humorada e "um tipo meio canalha".
Mas apesar de estar "à frente do seu tempo", não se incomodava com a
opressão em que viviam suas colegas de cangaço e apoiava que mulheres adúlteras
fossem assassinadas.
É assim que a jornalista Adriana
Negreiros retrata a cangaceira, que acaba de biografar em Maria Bonita:
Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço (Objetiva). O livro conta a história
do cangaço dando destaque às mulheres e aos relatos que fizeram sobre como era
a vida no bando de Lampião. "Fui percebendo em conversas com pesquisadores
do tema como as histórias delas eram desqualificadas", diz Negreiros.
Maria Gomes de Oliveira (1910 - 1938) era uma dona de casa casada quando começou a namorar Lampião, em 1929, e decidiu juntar-se ao bando no ano seguinte, tornando-se a primeira mulher do grupo. Seria uma das poucas a tornar-se cangaceira por vontade própria - muitas foram raptadas.
Ela acabou morta junto com
Lampião e outros membros do bando num ataque das forças de segurança a um
acampamento onde pernoitavam. Foi decapitada e, assim como os demais, sua
cabeça foi exposta diante da Prefeitura de Piranhas (AL).
O livro também se esforça para
desfazer a imagem de Lampião como o "Robin Hood do sertão",
disseminada na mídia e por movimentos de esquerda da época. "Ele era
aliado dos grandes latifundiários do Nordeste e era amigo de um interventor. O fato
de ter passado impune tantos anos se deve à relação que tinha com o poder. Os
grandes prejudicados eram os mais pobres."
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45304399
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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