Por José Mendes Pereira
João Malamanha era um verdadeiro King Kong, era todo fora dos padrões humano. Ninguém se atrevia ficar perto dele por muito tempo, àquele desajeitado homem poderia a qualquer momento se transformar num gigante, numa fera diante dos homens, aliás, ele já era por natureza agigantado.
Uma vez o João Malamanha matou um domador de leões no circo com três cocorotes dados com o seu desconforme braço, só porque o infeliz batizou um dos seus leões de João Malamanha. Mas mera coincidência. O domador nem sabia a sua existência. Chegara em Mossoró no meio do GranCircus. Como os seus restritos amigos assistiram a um dos espetáculos do circo, posteriormente contaram para ele que lá existia um leão chamado João Malamanha.
E deixar aquela ofensa pra lá, de jeito nenhum! O desajeitado homem resolveu ser um dos pagantes daquele circo. E assim que o domador trouxe o leão para dentro da jaula, no momento da sua apresentação, começou a chamá-lo de João Malamanha. Ele pulou a cerca de proteção, agarrou o homem e deu-lhe três cocorotes fortes em sua cabeça, deixando-o já pronto para o enterro.
O leão ao ver o seu domador morto, partiu para cima do João Malamanha, tentando agarrá-lo pelo pescoço para sangrá-lo, e com a ligeireza do Malamanha, com toda a sua força, pegou o leão por baixo do vazio, tinha um peso aproximadamente 250 quilos, levou-o às alturas de 3 metros, mais ou menos, e ao cair ao chão, o felino ficou prontinho.
Agora o homenzarrão estava sentado no banco dos réus, matou o domador por pura maldade. Ninguém fica sem passar por apuros. Se os outros que devem a justiça, e têm que pagar pelos seus atos, o João Malamanha é igual aos outros. Só porque tinha corpo e braços de marreta de 8 quilos quando batia em alguém, não podia se sentar no banco dos réus? Ora! Ora! E para surpresa, algemado pelos pés e mãos. O homem era um imundo e tinha que ficar algemado por completo. Ora sim senhor!
Diante daquela gente toda o réu se sentia humilhado. Todos com braços e pernas soltos. Por que só ele tinha direito a umas algemas, e ainda mais preso pelos quatro membros? Achava ele que era uma verdadeira humilhação.
Mesmo algemado e amarrado de cima a abaixo, todos que ali estavam, sentiam receio. Aquele homem não era flor que se cheirasse, a sua força era de gigante. Cada braceada que ele tentasse contra alguém, seria prejudicial a todos.
Até mesmo o juiz já pensava em absorvê-lo, temendo uma vingança do João contra ele. O promotor de acusação nem quis falar, porque, segundo o comentário que saiu depois, ao ver o homenzarrão ali sentado, já estava com as calças todas com fedor de urina e outras coisas a mais.
O promotor de defesa temendo ser banido pelo Malamanha, isto é, se perdesse a guerra, sabia muito bem que o João Malamanha não o perdoaria, e além de levar uma boa surra do homem, talvez o mataria.
O João nem esperou para o final do júri. De um só soco soltou as algemas dos pés. As das mãos ele pôs a torá-las com os dentes, ficando livre para ele correr, poderia acontecer um possível ataque dos policiais.
Mas o João estava preparado. E assim que os policias partiram para cima dele, tentando amarrá-lo, foi inútil. Antes do início da cobrança judicial o João Malamanha havia passado um líquido deslizante em todo corpo, e com isso, nenhum policial conseguiu dominá-lo, porque quando eles tentavam segurá-lo na marra, seus braços escorregavam igual ao peixe mussum de água doce.
E assim o João Malamanha foi-se embora sem pagar nada à justiça. Quem perdeu a vida, foi o domador de leões e o pobre leão.
O João Malamanha foi morto pelo seu ajudante (mecânico) o anão de 1.30 centímetros. Ao tentar enforcá-lo Leandro retirou da sua cintura uma amolada e pontiaguda faca, enfiando-a no pescoço do homenzarrão. O João Malamanha só deu tempo para dar um assustador grito e o sangue jorrou sobre peças e carros que estavam dentro da oficina, caindo por cima de uns pneus encostados à parede. Vendo que tinha vencido o homenzarrão, Leandro fez carreira sem destino certo. Nunca mais se viu o assassino do João Malamanha.
Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.
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