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segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Velho, o Menino e a Mulinha

Texto de:  Monteiro Lobato


Bom para professores e alunos
 

 
         O velho chamou o filho e disse:
         - Vá ao pasto, pegue a bestinha ruana e apronte-se para irmos à cidade, que quero vendê-la.
         O menino foi e trouxe a mula. Passou-lhe a raspadeira, escovou-a e partiram os dois a pé, puxando-a pelo cabresto. Queriam que ela chegasse descansada para melhor impressionar os compradores.
         De repente,
         - Essa é boa! - exclamou um viajante ao avistá-los. O animal vazio e o pobre velho a pé! Que despropósito! Será promessa, penitência ou caduquice?...
           E lá se foi, a rir.
         O velho achou que o viajante tinha razão e ordenou ao menino:
         - Puxa a mula, meu filho. Eu vou montado e assim tapo a boca do mundo
        Tapar a boca do mundo, que bobagem! O velho compreendeu isso logo adiante, ao passar por um bando de lavadeiras ocupadas em bater roupa num córrego.
         - Que graça! - exclamaram elas. O marmanjão montado com todo o sossego e o pobre menino a pé...Há cada pai malvado por esse mundo de Cristo...Credo!...
         O velho  danou e, sem dizer palavras, fez sinal ao filho para que subisse à garupa.
          - Quero só ver o que dizem agora...
         Viu logo. O Izé Biriba, estafeta do correio, cruzou com eles e exclamou:
          - Que idiotas! Querem vender o animal e montam os dois de uma vez... Assim, meu velho, o que chega à cidade não é mais a mulinha; é a sombra da mulinha...
          - Ele tem razão, meu filho, precisamos não judiar do animal. Eu apeio e você, que é levezinho, vai montado.
          Assim fizeram, e caminharam em paz um quilômetro, até o encontro dum sujeito que tirou o chapéu e saudou o pequeno respeitosamente:
          - Bom dia, príncipe!
          - Por que príncipe? - indagou o menino.
          - É boa! Porque só príncipes andam assim de lacaio à rédea...
          - Lacaio, eu? - esbravejou o velho. Que desaforo! Desce, desce, meu filho e carreguemos o burro às costas. Talvez isso contente o mundo...
          Nem assim. Um grupo de rapazes, vendo a estranha cavalgada, acudiu em tumulto, com vaias:
          Hu! Hu! Olha a trempe de três burros, dois de dois pés e um de quatro! Resta saber qual dos três é o mais burro...
          - Sou eu! - replicou o velho, arriando a carga. Sou eu, porque venho há uma hora fazendo não o que quero, mas o que quer o mundo. Daqui em diante, porém, farei o que me manda a consciência, pouco me importando que o mundo concorde ou não. Já vi que morre doido quem procura contentar toda gente...


COMPREENSÃOO DO TEXTO

1 -  Que animal o velho queria vender?

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2 - O que é que o viajante achou um despropósito?

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3 - Qual a reação do velho à fala do viajante?_______________________

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4 - Que estranharam as lavadeiras?______________________________

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5 - Qual a reação do velho à opinião das lavadeiras?_________________

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6 - Qual foi o comentário do Izé Biriba?___________________________

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7 - Qual foi a reação do velho, após o comenta´rio do Izé Biriba?_______

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8 - E o sujeito do chapéu, que achou?_____________________________

9 - Qual foi a reação do velho às palavras do homem do chapéu?_______

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10 - E o grupo de rapazes, que achou da cena que viu?_______________

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11 - Como reagiu o velho à ironia dos rapazes?_____________________

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12 - Finalmente, qual foi a decisão tomada pelo velho?_______________

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13 - Qual a lição que o autor extrai da história?

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14 - O texto diz se o aninaml foi vendido ou não, se o menino e o velho chegaram à cidade, se foram puxando a mula ou se foram montados nela?

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     Faça uma boa leitura!


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