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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Delegado registra ocorrência em forma de poesia

Do R7, Brasília


O delegado Reinaldo Lobo, da 29º Delegacia de Polícia de Riacho Fundo (DF), cidade a 18 km de Brasília, fez um boletim de ocorrência que chamou a atenção não pelo caso, de receptação de uma moto, mas pela redação. O texto foi escrito em forma de poesia.

De acordo com o boletim, um policial que estava de plantão desconfiou que a moto estava sem documentação. Quando abordou o motorista, descobriu que o rapaz que estava na garupa cumpria prisão domiciliar e que a moto era roubada.


No próprio texto do boletim de ocorrência o delegado justifica por que optou por escrever em forma de verso: “Resolvi fazê-lo em poesia. Pois carrego no peito a magia. De quem ama a fantasia. De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia”.

Segue, a íntegra do texto do BO:


Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo

O plantão estava tranquilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar

Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado

Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição

A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação

O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa

Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa-fé era furada

Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante

Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população

A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada

Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase xará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho

As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar

Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia

Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão


Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011

Deu na Globo


Hoje, não pode fazer "BO" em forma de versos, mas logo vão notar que não tem nada a ver. Se o delegado disse tudo que era necessário para registrar a ocorrência,  o que é que tem?
Hoje tudo mudou, hoje estamos na era das mudanças, das inovações...; o delegado poeta errou? Não! 
Deixa o militar fazer suas mudanças e ela foi bem inteligente. 


http://Blogdomendesemendes.blogspot.com

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