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sábado, 12 de novembro de 2011

REQUIESCAT IN PACE, OTHONIEL MENEZES !

Por: Rostand Medeiros
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“Othoniel Menezes – Busto pode ser derretido em praça pública
(in “MUITO” – Diário de Natal)


O busto do poeta Othoniel Menezes doado por seu filho Laélio Ferreira à Secretaria Extraordinária de Cultura para ser chantado no caminho da Fortaleza dos Três Reis Magos ainda dará o que falar. Diante do descumprimento da promessa, o filho do autor de Serenata do Pescador – a nossa Praieira – confirmou que nesta semana irá requerer à Secretaria a devolução da obra, de autoria do escultor Eri Medeiros.


A homenagem foi vetada pelo coronel Alemany, comandante do Regimento de Artilharia, que mandou destruir o pedestal parcialmente levantado pela Fundação José Augusto, apesar da autorização do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).
Láelio se diz magoado, elenca várias queixas sobre o que chama de “desrespeito à memória cultural do Estado e do Município de Natal” e se queixa do pouco interesse demonstrado pelos órgãos do governo, “que preferiram patrocinar eventos festivos e badalações em praça pública, gastando recursos com comissões a produtores culturais locais e com gente de fora, velhos fregueses de caderneta dessas promoções, durante anos a fio”. E continua: “Como se vê, há muito tempo, a ocara de Felipe Camarão só consagra quem vem de fora”.

Isaura Rosado

Laélio acha que um contato preliminar da secretária extraordinária Isaura Rosado ou mesmo da Governadora Rosalba Ciarlini, com o coronel teria evitado o “vexame para o Rio Grande do Norte”.

Governadora do RN Rosalba Ciarlini

Laélio aponta ainda a inércia dos “intelectuais potyguares, das academias, dos silogeus”, das universidades na cobrança de providências objetivas a quem de direito, na defesa da cultura e da memória histórica. Ressalta que, dos políticos, a única manifestação formal em favor da homenagem a Othoniel Menezes veio de Mossoró, numa iniciativa da deputada Sandra Rosado.


Embora sem confirmação oficial, Laélio deixou entender que vai, em local público, ao som da “Praieira”, numa serenata, promover uma manifestação de protesto, derretendo a obra do escultor. Para tal, pediria o apoio ou financiaria a participação de performancistas locais. O e-mail de Laélio Ferreira é laelioferreirademelo@gmail.com. (SV)”
Jornal Diário de Natal, edição de quinta-feira, 20 de outubro de 2011.
P.S. –  Laélio é um amigo por quem tenho enorme respeito e admiração. O trabalho de resgate da obra de seu pai, Othoniel Menezes, é para mim uma coisa fantástica e acho terrível o que ele vem passando com esta situação.
Os militares trouxeram muitas coisas boas a Natal e a população sempre admirou e respeitou as classes fardadas. Verdadeiro esteio do desenvolvimento desta terra.
Mas infelizmente, atitudes como a que Laélio enfrenta não são inéditas.
Quem não lembra de uma passagem de pedestres que havia ao lado de um conjunto da Marinha, na Rua Olinto Meira, nas proximidades do Colégio das Neves. Esta passagem tanto servia a comunidade do Barro Vermelho e a décadas estava ali aberta. Mas um dia alguém decidiu fechá-la. E o povo que se f…
Vai ver que o comandante do GAC deve pensar a mesma coisa em relação ao filho de Othoniel.
Enfim, aquilo é uma “área de segurança”, ele tem a lei e Laélio que, se quiser, vá reclamar ao Bispo.
O mais interessante é que nos contatos que tenho com militares eu escuto algumas reclamações. Entre estas a do distanciamento, para não dizer repulsa, de parte da sociedade em relação a esta classe. Ou que ficam chateados por que os civis acham que não vale a pena dar muito dinheiro a eles para proteger a nação e equipar as forças com material adequado. Ou ainda a raiva de ter um Ministério da Defesa comandado por um civil, além de tudo um diplomata e de esquerda.
Para muitos esta querela de Laélio pode parecer coisa pequena. Coisa de filho de intelectual que luta para que o pai não seja esquecido, ou que Laélio quer somente aparecer para os holofotes.
Mas é algo maior.
Envolve desde liberdade e  até mesmo pela pergunta que nós, os civis, não fizemos e não debatemos- Para que, qual o tipo e a finalidade das forças armadas que queremos para este país?

Rostand Medeiros

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