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sábado, 7 de janeiro de 2012

a orquídea e o orvalho

Por: Dulce Cavalcante
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É tarde
O poema nasceu velho.
Filho temporão
Escapou da prisão,
Desviou-se das soleiras,
Preferindo escalar  janelas,
Chegou cansado.
Depois de ter percorrido
tantas luas,

Umedeceu os cabelos nas gotas de orvalho,
De tantas, que os embranqueceram.
No corrosivo líquido cristalino do tempo.


Os versos
não se deram conta
Do menino que os acompanhou
E envelheceu com eles.
Quando  menino não sabia:
dos ocasos
dos erros
das lendas
decifrar enigmas
desconhecia as
borboletas,
e os bem-te-vis

não entendia o pensar das madrugadas,
Não sabia da primavera numa única flor,
A orquídea, era só um mito inatingível.
E a vida, só,  uma forma imutável de viver


Extraído do blog: Linhas Tortas, da autora deste.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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