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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Centenário de Dix-huit Rosado Maia

1912-2012

Dix-huit Rosado Maia nasceu em Mossoró no dia 21 de Maio de 1912. A juventude foi dividida entre o trabalho no sítio Canto e no balcão da farmácia do pai, Jerônimo Rosado Maia, lavando frascos ou cobrando contas dos fregueses. Foi essa convivência com a farmacologia e com os muitos amigos médicos que o levou a fazer medicina. Meus cursos de Física e Química tinham em meu pai, cm memória invejável, o melhor mestre. “Os longos anos não apagaram os conhecimentos adquiridos no curso de fármácia e transmitidos ao filho com paciência e cuidado”, disse ele ao pesquisador Câmara Cascudo.

Fez o curso secundário no Ginásio Santa Luzia, até ir para o Recife, onde estudou na Escola Politécnica. Depois foi para a Bahia, onde ingressou na faculdade de Medicina, formando-se em 1935. Muito estudioso, destacou-se não apenas nos estudos das ciências médicas, mas também nas línguas, tornando-se um poliglota com muita fluência para o Francês e o Inglês. De volta ao Rio Grande do Norte, trabalhou no serviço de saúde de Assu, tendo os primeiros contatos com o povo e com as dificuldades enfrentadas pela sua terra. Ficou nessa função até ingressar na Polícia Militar, onde exerceu o cargo de chefe do Serviço de Saúde passando, mais tarde, para a reserva como tenente coronel-médico.

A CADA DEZ ANOS, UM MANDATO NA PREFEITURA DE MOSSORÓ

As últimas três décadas da vida de Dix-huit foram dedicadas a Mossoró. Ele governou a cidade em três oportunidades. Nesses três mandatos uma curiosidade: houve intervalo de exatos dez anos entre cada um deles: 1972, 1982 e 1992. Todas as vezes que administrou o Município, foi eleito pelo voto popular.

Com as administrações na Prefeitura de Mossoró, Dix-huit conseguia preencher a lacuna que ficou em sua carreira política, que foi não ter conseguido ser governador do Rio Grande do Norte, sequenciando o ciclo não concluído pelo irmão Dix-sept.

Nos dois primeiros mandatos como prefeito, teve desempenho aprovado pela população e se consolidou como liderança política. Gostava de ser chamado "o prefeito das mil obras", numa referência ao volume de investimentos que sua administração realizou no município. Era considerado um administrador visionário, que planejava o futuro. Foi esse perfil que levou a construção da dicotomização e posteriormente a tricotomização do rio Mossoró. Na prática, a divisão do rio em três, para combater enchentes.

O último chefe de gabinete de Dix-huit na Prefeitura de Mossoró foi Sebastião Almeida, atual presidente da Associação de Pais e Amigos Excepcional (APAE). Ele disse que o prefeito tinha um amor incondicional para com Mossoró. Isso chegou ao ponto de nos últimos momentos de seu último mandato, já com a idade avançada e a saúde frágil, ter procurado permanecer cada vez mais tempo no Palácio da Resistência.

"Às vezes acho que doutor Dix-huit queira que em sua morte estivesse na cadeira de prefeito, para que Mossoró soubesse que ele deixou essa vida trabalhando pela cidade", comentou Almeida>

Dix-huit Rosado foi deputado estadual constituinte, deputado federal (dois mandatos), senador da República (um mandato), Dix-huit foi o político que governou Mossoró por mais tempo. Foram quase 14 anos em três mandatos. Foi eleito pela primeira vez à prefeitura em 1972, depois em 1982 (com mandato de seis anos) e por último em 1992, quando faleceu no exercício do cargo no dia 22 de outubro de 1996. Assumiu em seu lugar, no dia seguinte, a sobrinha e vice-prefeita dissidente Sandra Rosado (Hoje deputada federal pelo PSB, mas à época no PMDB).

Depois de Dix-huit, quem mais administrou Mossoró foi Rosalba Ciarlini (DEM), hoje governadora do Estado, casada com o sobrinho e ex-deputado estadual (quatro mandatos) Carlos Augusto de Souza Rosado (DEM). Ela foi eleita em 1988, 1996 e reeleita em 2000 (graças ao instituto da reeleição, uma faculdade até poucos meses inexistente na legislação brasileira). Foram 12 anos na gestão municipal.

Antes dela, coube ao padre Luís Ferreira da Cunha Mota, o “Padre Mota”, o 3º maior período de administração como prefeito do município. Ele ficou por quase nove anos e três meses. Assumiu interinamente no dia 18 de janeiro de 1936, com a renúncia inesperada do prefeito Duarte Filho.

Foi eleito em março do ano seguinte, mas com o golpe político de Getúlio Vargas, implantando a ditadura do chamado “Estado Novo”, foi destituído. Mas logo em seguida foi nomeado pelo interventor estadual Rafael Fernandes, ficando até 3 de abril de 1945 – quando renunciou ao cargo.

Fontes:
Jornal de Fato.com

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