Seguidores

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ATRAVESSANDO O RASO DA CATARINA NOS RASTROS DOS CANGACEIROS

Por: João de Sousa Lima

Dia 17 de outubro de 2012 eu, Felipe Marques e Marcos Passos (dois Macaenses quase nordestinos) saímos de Paulo Afonso, Bahia, para cruzarmos o Raso da Catarina nas trilhas dos Cangaceiros.

No momento o Raso da Catarina atravessa mais de dois anos de seca e as dificuldades dos criadores de fundo de pasto aumentam a cada dia, a seca desfolhou completamente a vegetação que dependendo de apenas poucos pingos de chuva volta a enverdecer.

Cruzamos os povoados Juá, Serrota, Brejo do Burgo e chegamos ao Salgado do Melão onde entrevistamos dona Joana Ribeiro, irmã mais nova da cangaceira Dadá. Dona Joana hoje com 96 anos de idade ainda é lúcida e lembra das passagens dos cangaceiros e das violências sofridas por parte das volantes policiais.

Do Salgado do Melão seguimos pra cidade de Macururé e de lá até o povoado São José, em Chorrochó, para visitarmos o soldado da volante de Zé Soares, o senhor Teófilo Pires do Nascimento. Teófilo foi o matador do cangaceiro Pedro "Calais". Ainda no povoado São José fomos entrevistar Zé de Helena, um dos possíveis filhos de Lampião.

Com o cair da tarde retornamos e já escuro atolamos o carro na areia só conseguindo sair com a ajuda dos nativos. A aventura estava completa, chegamos a Paulo Afonso exaustos porém com uma grande aventura na bagagem e muitas histórias pra contar.


Felipe Marques, senhor Filomeno (com um jumento carregado de mandacaru pra alimentar seus animais que penam com a seca) e Marcos Passos, próximo a Baixa do Ribeiro (onde nasceu a cangaceira Dadá), centro do Raso da Catarina.


Filomeno parou por alguns minutos para conversarmos e depois seguiu sua sina, sertão à dentro, luta constante, batalha sem fim.


Marcos Passos, Joana Ribeiro (irmã de Dadá), Abel e João, no povoado Salgado do Melão.


Baixa do Ribeiro, lugar onde nasceu a cangaceira Dadá e passagem  dos cangaceiros.


Marcos e Felipe começando a empurrar o carro que ficou presa nas terras do Raso da Catarina.


João e Teófilo Pires do Nascimento, o soldado de Volante que matou o cangaceiro Calais.


Felipe, Teófilo e Marcos, um encontro emocionante.


No povoado São José uma casa construída pelo pedreiro José, o depois cangaceiro Zé baiano, Zé de Helena, filho de lampião com uma das moças da família dos "Engrácias", João e o filho de Zé de Helena que também chama-se João.


Macururé, no alto sertão baiano essa é uma das cidades onde as histórias do cangaço deixaram marcas profundas.


No centro de Macururé Marcos Passos e João saboreiam um churrasquinho de carneiro.


No Brejo do Burgo uma parada para agradecer os nativos que nos surpreenderam pela disponibilidade onde homens e crianças nos ajudaram a desenterrar o carro de um imenso areal.

Uma aventura que nos fez compreender a dimensão dos caminhos trilhados pelos cangaceiros, tudo acontecido nesse enigmático deserto baiano, o Raso da Catarina.

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima











Nenhum comentário:

Postar um comentário