No dia 13 de dezembro de 1912,
nasceu em Exu, cidade do estado de Pernambuco, na Fazenda Caiçara, o maior
representante da música popular nordestina, Luiz Gonzaga do Nascimento.
Filho de Januário José dos
Santos, o Mestre Januário, e de Ana Batista de Jesus, conhecida como Santana,
Luiz Gonzaga cresceu auxiliando os pais, mas, sobretudo, admirando o pai, que
era sanfoneiro, conhecido como Mestre dos 8 Baixos. Antes de adquirir sua
primeira sanfona, fole Kock, de oito baixos, marca Veado, em 1924, Luiz Gonzaga
já tocava e animava bailes, forrós e feiras, acompanhado do pai.
EBCT - Selo do
Centenário_José Leite Primo e Kydelmir Dantas
Não se registra momento sem
impacto na vida de Luiz Gonzaga. Sua cronologia é repleta de fatos e
acontecimentos marcantes, num ritmo acelerado, assim como sua música. Seu
guarda-roupa artístico era composto de sanfona e chapéu de couro, à vaqueiro ou
à cangaceiro.
Deixou sua terra natal em 192 (1930
– grifo nosso) em função de um namoro interrompido por discordância dos pais da
noiva e represália de seus pais. Após vender sua sanfona, já no estado do
Ceará, viajou para Fortaleza, ingressando no Exército.
Em 1930, por causa da Revolução,
viajou a serviço militar pelo País e, em 1933, estabeleceu-se no estado de
Minas Gerais, onde se tornou soldado tambor-corneteiro, apelido “bico de aço”.
Sem que tenha se desligado da música durante o período no Exército, ainda em Minas Gerais ,
aprendeu a tocar sanfona de 120 baixos com o amigo, o soldado Domingos Ambrósio.
Após deixar as Forças Armadas e
instalar-se na cidade do Rio de Janeiro, no então bairro boêmio do Mangue, já
portador de sua sanfona branca, Hohner, iniciou sua carreira musical, tocando
vários ritmos de sucesso na região em que se encontrava. Apoiado por estudantes
cearenses, mudou o seu repertório, obtendo sucesso no programa de calouros da
Rádio Tupi com a música Vira e Mexe, atuando, posteriormente, no programa A
Hora Sertaneja, com a ajuda do sanfoneiro Zé do Norte.
Foi na gravadora Victor, em 1941,
que, numa participação com a dupla Genésio Arruda e Januário França, Luiz
Gonzaga consegue sua primeira gravação. A partir de então, o sucesso do “maior
sanfoneiro do Brasil” só foi crescendo. Carismático, teve grandes nomes
musicais como parceiros. Com o cearense Humberto Teixeira, em 1944, a primeira parceria
foi com o xote No meu pé de serra. Esta parceria perdurou até 1952.
Em 1945 já tinha 25 discos
gravados como sanfoneiro e um como cantor. Neste ano, também, fruto de sua
convivência com a cantora Odaléia Guedes, nasceu seu filho, Luiz Gonzaga do
Nascimento Júnior, artisticamente conhecido como Gonzaguinha. O final da década
de 40 foi repleto de conquistas, marcada pelo casamento com Helena das Neves
Cavalcanti, e a gravação de um dos seus maiores sucessos, Asa Branca.
Na década de 50, o casal Luiz
Gonzaga e Helena tiveram a filha Rosa Maria. Neste período, o Rei do Baião
lançou, gravou e cedeu várias de suas composições a outros cantores, que se
tornaram clássicos da MPB.
Com o título de Rei do Baião,
incansavelmente, Luiz Gonzaga compôs muitas músicas, sozinho e em parceria,
recebendo uma infinidade de prêmios. Vários espaços foram criados em sua
homenagem. Morreu aos 76 anos de idade, em 1989, deixando-nos imensurável
legado cultural, que é vivido pelo povo, pelos artistas e gravadoras, em
qualquer recanto do País.
Os Correios prestam uma homenagem
ao protagonista de uma história de lutas, batalhas e sucessos, assinalando o
centenário do seu nascimento em selo postal, pequena ilustração de grande valor
histórico e cultural, que circulará mundo afora contando a trajetória de quem
soube “sanfonar” a própria existência.
Daniel Gonzaga
Cantor, Músico e Instrumentista,
neto de Luiz Gonzaga
SOBRE O SELO
Na composição da imagem do selo,
o artista utilizou vários elementos retratando a vida sertaneja do cantor e,
sobretudo, a música Asa Branca, um de seus grandes sucessos. Em primeiro plano,
a imagem do cantor vestido com a tradicional roupa de vaqueiro nordestino e
chapéu de couro, segurando uma sanfona; acima de seu braço, a ave branca voando
em direção às nuvens, simbolizando a harmonia musical do cantor. No canto
inferior direito, os olhos verdes e a plantação, presentes na letra da música Asa
Branca. O símbolo da Maçonaria indica a participação do homenageado naquela
sociedade. Ao alto, no canto direito, a coroa representa a majestosa obra do
cantor, cujos fãs o batizaram merecidamente de “Rei do Baião”. Foram utilizadas
as técnicas de desenho a nanquim e pintura.
Detalhes Técnicos
Edital nº 21
Arte: Jô Oliveira
Processo de Impressão: of-set
Folha com 24 selos
Papel: cuchê gomado
Valor facial: R$ 1º Porte Carta Comercial
Tiragem: 300.000 selos
Área de desenho: 33mm x 33mm
Dimensão do selo: 38mm x 38mm
Picotagem: 11,5 x 11,5
Data de emissão: 13/12/2012
Locais de lançamento: Exu/PE, Recife/PE, Juazeiro do Norte/CE, Brasília/DF,
Campina Grande/PB e Entre Rios/BA
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2015
Código de comercialização do
selo: 852009356
http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2012/selos2012_21.cfm
http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2012/selos2012_21.cfm
Enviado pelo poeta, escritor e pesquisador:
Kydelmir Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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