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sábado, 26 de abril de 2014

Sérgia Ribeiro da Silva - a suçuarana

Dadá na Fazenda Beleza, município de Pão de Açucar-AL, ano de 1936.

Sérgia Ribeiro da Silva era a cangaceira Dadá, esposa do cangaceiro Corisco; Ela nasceu em Belém do São Francisco, no Estado de – Pernambuco, no dia  25 de Abril de 1915, onde viveu seus primeiros anos de vida e teve algum contato com índios. Foi a única mulher a pegar em armas no bando de Lampião. Nasceu em Belém do São Francisco, A família muda-se para a Bahia onde, aos treze anos, é raptada por Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto) - o "Diabo Loiro", de quem seria prima. Cabocla bonita, esbelta, conheceu o homem da sua vida de forma violenta, em meio à caatinga árida por onde vivia errante o bando de cangaceiros. 


Consta que seu defloramento provocara-lhe tanta hemorragia que por pouco não faleceu. A relação, que começara instintiva, transforma-se com o tempo. 

A vida nômade, seguindo o companheiro, que era o segundo homem, na hierarquia do bando, a chegada dos filhos, fez com que mais que uma amante. Dadá se tornou a companheira de Corisco, com quem, ainda no meio das lutas veio a se casar. Tiveram sete filhos, que eram ocultamente deixados em casas de parentes para serem criados. Destes, apenas três sobreviveram. 

Sílvio Bulhões - um dos filhos

O bando de Lampíão dividia-se, como forma de defesa, em partes menores, a mais importante delas era justamente a chefiada por Corisco. A esposa tinha uma pistola, que ele dera, para sua defesa pessoal, e também lhe ensinou a ler, escrever e contar. 

Bando de cangaceiros de Corisco - ele é o primeiro à esquerda e ao seu lado Dadá

Tendo Lampião sido executado em 1938, Corisco, que estava em Alagoas com parte do bando, empreendeu feroz vingança. Como seus companheiros tiveram as cabeças decepadas, e expostas no Museu Nina Rodrigues de criminologia, na capital baiana, Corisco também cortou a cabeça de muitas vítimas, então. O cangaço definhava, sobretudo pela disparidade de armamentos: os volantes tinham uma arma que os cangaceiros nunca conseguiram obter: a metralhadora. A própria Justiça passa a oferecer vantagens para os bandoleiros que se rendessem.

Grupo do cangaceiro Corisco

Dissolvera o bando, e abandonara as vestes típicas, procurando passar por simples retirantes. Num dos ataques feitos pelas volantes (em Outubro de 1939, na fazenda Lagoa da Serra em Sergipe), o Diabo Louro é ferido em ambas as mãos, perdendo a capacidade para atirar. Dadá, então, torna-se a primeira e única mulher a tomar parte ativa - e não meramente defensiva - nas lutas do cangaço. Se o marido era temido como um dos mais violentos bandoleiros, consta que muitas pessoas tiveram sua vida poupada graças à intervenção de sua companheira. Dada também era chamada "Suçuarana do Cangaço". 

Dadá bem jovem no cangaço

Em 25 de maio de 1940 Corisco e seu bando é cercado em Brotas de Macaúbas, pela volante do tenente Zé Rufino. Uma rajada da metralhadora rompe os intestinos de Corisco. Dadá é ferida na perna direita. O último líder do cangaço morre dez horas depois do ataque, sendo enterrado em Jeremoabo e, dez dias após, exumado e a cabeça decepada é enviada ao Museu, junto às demais do bando. Dadá, colocada em condições infectas, tem seu ferimento agravado para uma gangrena, que restou-lhe, na prisão, à amputação quase total da perna. Por essa situação, o célebre rábula baiano Cosme de Farias, representa Dadá na Justiça, pleiteando sua libertação, em 1942. 


Dadá passou a viver em Salvador, lutando para ver a legislação que assegura o respeito aos mortos fosse cumprida - e a tétrica exposição do Museu Nina Rodrigues tivesse fim. Só a 6 de fevereiro de 1969, no governo Luiz Viana Filho, foi que os restos mortais dos cangaceiros puderam ser inumados definitivamente - tendo, porém, o museu feito moldes para expor, em substituição. 


Por sua luta e representatividade feminina, Dadá foi, na década de 80, homenageada pela Câmara Municipal de Salvador. Na Bahia, que tivera Gláuber Rocha e tantos outros a retratar o cangaço nas artes, Dadá era a última prova viva a testemunhar o cotidiano de lutas, dificuldades e, também, de alegrias e divertimentos. Deu muitas entrevistas, demonstrando sua inteligência e desenvoltura. Morreu, na capital baiana, em 1994. faleceu em  Salvador, no Estado da Bahia em Fevereiro de 1994.

Fonte: Wikipedia

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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