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terça-feira, 22 de julho de 2014

A morte de Lampião - Gente de Lampião Dadá e Corisco

Por Antonio Amaury Correia de Araujo

28 de Julho de 1938, de madrugada o grupo de Corisco aguardava a chegada de seu Messias para o barqueiro levá-los para a margem direita do São Francisco, pretendiam ter atravessado na tarde anterior.

Grupo de cangaceiros de Corisco

O coiteiro dissera:

- Hoje está muito movimentado. Tem volante rondando. É melhor seu pessoal atravessar amanhã cedinho.

Corisco concordou. Não lhe agradava a ideia de se estocar em Angico. Estivera no lugar uma vez, saira às pressas e dissera a Lampião que achava o lugar perigoso. Uma armadilha com uma só entrada, como uma garrafa. Quem fechasse a boca faria o que quisesse com o conteúdo.

Grupo de cangaceiros de Lampião

Tinham dormido nas Emendas. De madrugada já estavam prontos para atravessar o rio, a fim de se encontrar com Lampião em Angico.

Este é o cangaceiro Português, mas não tenho certeza se este era o companheiro da Cristina, já que existiram dois cangaceiros com o mesmo apelido. Se alguém souber que é mesmo o companheiro da Cristina, comunique-nos na janela de comentário no blog para a devida correção. - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

As relações entre Corisco e Lampião estavam muito abaladas, desde o caso que envolvera Gitirana, Português e Cristina, terminando com a morte dela.

Leia a legenda

Mas o compadre mandara um bilhete a Corisco, marcando o encontro. Dali sairiam para vingar vários companheiros mortos. 

Lampião e Azulão

A lista se iniciava com Azulão e sua gente, terminando com Mariano.

O cangaceiro Mariano - companheiro da Rosinha que foi assassinada a mando de Lampião

No bilhete, Lampião convocava Corisco a dar uma lição em Zé Rufino que, nas palavras do cangaceiro estava querendo "passar de pato para ganso".

Tenente Zé Rufino

Quando esperavam o barqueiro, ouviram um tiro, e segundo depois, outros. O pipocar do tiroteio foi crescendo amedrontador.

Dadá alarmou-se:

- Qui foi Curisco?

- Isso é no rancho de cumpade Lampião. Com o rio no meio a genti num podi nem dá uma retaguarda. 

O tiroteio durou uns 15 minutos. Depois caiu sobre a caatinga um silêncio lúgubre, passaram-se alguns segundos e escutou-se um tiro isolado.

Corisco vaticinou:

- Isso é argum balhado que tão acabando de matá.

Antonio Amaury Correia de Araújo
Pag 104
A morte de Lampião

Fonte: facebook 
Página: Dally RochaO Cangaço

Ilustrado por José Mendes Pereira
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo21:06:00

    Pois é amigo Mendes, até hoje aquela "famosa" reunião na Grota de Angico, é cercada de mistério. Queria mesmo o Rei do cangaço dar uma lição no Tenente Zé Rufino? Queria Lampião abandonar o cangaço e seguir para outro Estado? Queria ele, mesmo sem abandonar o cangaço, deixar o Nordeste, partindo para outras terras? Seria aquela reunião apenas para receber seu sobrinho José Ferreira Neto como novo membro do grupo? Este último motivo, acho improvável. Lampião já havia recebido tantos jovens para seu grupo sem festa nenhuma durante os quase vinte anos de batalhas! Continua o mistério.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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