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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cangaço, a morte de Antônio Rosa

por Ivanildo Alves Silveira

Antonio Rosa, ainda garoto, foi deixado na casa dos pais de Lampião, por retirantes que vinham de Alagoas com destino a Juazeiro do Norte. O menino foi criado pelos pais do futuro Lampião.

Após o conflito dos Ferreira com Zé Saturnino e os Nogueiras, Antonio Rosa tomou as mesmas dores e reagia junto com Virgolino, Livino e Antonio. Posteriormente, acompanhou-os no cangaço. No princípio de 1924, Antonio Rosa chega ao povoado de São João do Barro Vermelho, e conversando com um cidadão chamado "Constantino", esse mostrou ao cangaceiro uma belíssima arma, e fez naquele o desejo de possuí-la. 

Por não querer se desfazer da arma, isso foi o suficiente para que, mais tarde, Antonio Rosa matasse o pobre homem. Esse assassinato  abalou todas as pessoas do local São João do Barro Vermelho. Por conseguinte, Antonio Rosa se dirigiu para o Estado da Paraíba, onde se juntou a Livino Ferreira e Lampião.

Surgiram os boatos que a população de São João do Barro Vermelho estava armada para  matar o rei do cangaço, quando o mesmo viesse visitar aquele local, porque ele tinha muitos amigos no vilarejo, inclusive sua comadre  dona Especiosa. (vide foto, logo abaixo).


Lampião foi informado por gente da localidade, que a família do morto estava querendo se vingar de " Antonio Rosa ".

Uma pessoa que atendia pelo nome  de Afonso Gomes, procurou um primo de Lampião, na vila de São Francisco, o Basto Paulo Barbosa  e os dois rumaram ao sertão paraibano, para se encontrar com o chefe dos cangaceiros, tendo ouvido desse, o seguinte:

- Que negócio é esse ? vocês tão se armando para me matar e vem aqui, onde estou ? "Afonso, retrucou, dizendo:

- Quem está se armando é a família de Constantino para matar Antonio Rosa, em vingança.

Ao ouvir  o diálogo, Livino  se afastou, e conversou com os dois, tendo dito:

- Diga a família do finado que por dez mil réis nunca mais Antonio Rosa bota os pés por lá.

Alguns dias depois, o grupo cangaceiro chega a Pernambuco, e vão direto para a região da Serra Vermelha, na fazenda Situação, pertencente a Francisco Baião. À noite vinha caindo, e, Antonio Rosa foi procurar se deitar na varanda da casa, e quando estava armando a rede, colocando o punho no armador, Livino Ferreira e um cabra chamado Enéas, pela janela que dava acesso a varanda, detonaram suas armas nas costas do velho parceiro, que caiu sem soltar um gemido. Na manhã seguinte, a vizinhança fez seu sepultamento a umas vinte braças de distância da casa.

Antonio Rosa Ventura morreu no dia 08 de julho de 1924.

Obs: texto extraído do livro "Lampião, nem herói nem bandido - a história", pgs 72/74, do pesquisador Anildomá Willians de Sousa.

Ivanildo Alves Silveira
colecionador do cangaço
Natal/Rn

http://blogdoinhare.blogspot.com.br/2013/08/cangaco-morte-de-antonio-rosa-por.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Um comentário:

  1. Anônimo17:10:00

    Doutor Ivanildo, eu tinha conhecimento da existência do Antonio Rosa, mas os dois episódios não os conhecia: Ser deixado em casa dos FERREIRA e o processo de sua morte.
    Grato,
    Antonio Oliveira - Serrinha-Bahia.

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