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sábado, 15 de novembro de 2014

A FUGA DE VICENTE VENÂNCIO DO GRUPO DE LAMPIÃO - PARTE I

Por Antonio Morais

Ainda madrugada, frio intenso na cidade de Jardim, no cariri cearense, Vicente Venâncio subia tranquilamente a Serra do Araripe. Na véspera, 01 de Fevereiro de 1927, recebeu do pai, o agropecuarista Venâncio Bezerra de Menezes, a quem servia como vaqueiro, ordem para trazer da propriedade um boi que deveria ser vendido na cidade, a fim de atender a algumas obrigações financeiras assumidas pelo velho criador. Ordem recebida, ordem cumprida. No seu cavalo de maior estimação lá ia Venâncio serra acima, varando a madrugada fria e invernosa.

Ao meio dia, quando descansava no lugar chamado Encruzilhada, chegou Pedro Vieira, abastado criador pernambucano e amigo de Venâncio, que o convidou para conduzirem uma boiada até o povoado de Cacimbas. Por ter que cumprir, primeiramente, a ordem do pai. Venâncio prometeu a Vieira que logo iria, pois tinha também negócios a resolver em Cacimbas. Encontrado o animal que buscava, Vicente Venâncio o levou a Jardim, onde o vendeu por 140 mil reis, importância que passou as mãos do pai.

Regressando a Serra do Araripe, entre Jardim e as Cacimbas, encontrou negócio para o cavalo. Na troca dos animais, pois essa foi a transação, Venâncio voltou 50 mil reis. De posse do cavalo trocado, seguiu viagem até as Cacimbas, um povoado de 30 casas, na fronteira do Ceará com Pernambuco. Ao chegar aquele local, encontrou outro velho conhecido, Mario de São, agricultor e criador no município de Barbalha, na companhia do qual prossegue viagem.

Venâncio conta que, saindo da casa do velho Lúcio, onde sempre se hospedava nas suas idas as Cacimbas, encontrou novamente Pedro Vieira que, ao avistá-lo, o convidou para um cafezinho. Era cedo da manhã de 02 de Fevereiro de 1927. Em companhia de Pedro Vieira e Mario de São, Venâncio, segundo velho hábito, se dirigiu, após o cafe, a margem de um barreiro ali existente. No percurso, disse Venâncio, não sei se por pressentimento ou se por coincidência Pedro Vieira começou a cantarolar versos preferidos pelos cabras de Lampião. Lembro bem de um que dizia: Sabino, peito de aço do sertão paraibano, bicho feito no cangaço.

Continua com a aproximação dos cangaceiros.

Fonte: facebook
Página: Antonio Morais

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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