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sábado, 17 de janeiro de 2015

“O GLOBO” – 26/06/1957 - PARTE I

Material do acervo de Antonio Corrêa Sobrinho

AMIGOS, há 57 anos, o coronel JOÃO BEZERRA, comandante das tropas volantes que, no dia 28 de julho de 1938, executaram a tiros Lampião, sua mulher Maria Bonita, e nove dos seus companheiros, concedeu a entrevista que trago abaixo, ao “O Globo”, um dos maiores jornais do Brasil, oportunidade em que este famoso comandante fez publicada num dos maiores jornais do Brasil, a sua versão sobre os acontecimentos que culminaram com a morte do mais famoso bandoleiro da história brasileira.

 “O GLOBO” – 26/06/1957

CANGACEIROS TENTARAM FUGIR, QUANDO AS PRIMEIRAS CABEÇAS ROLARAM

Para “restabelecer a verdade histórica”, o coronel João Bezerra descreve, quase vinte anos depois, com detalhes impressionantes, a carnificina que marcou o fim de Lampião e seu bando sinistro – “suspense” em plena caatinga, numa madrugada chuvosa de Julho de 1938 – “o degolamento foi uma medida acertada e não me provocou remorso”, diz a “o Globo” o Oficial da Força Pública de Alagoas, hoje reformado e fazendeiro.

MACEIÓ, junho (De Ivan Alves, enviado especial de O GLOBO) – Assegurando que o degolamento de Lampião foi “uma medida acertada” – pois, se não houvesse ocorrido, muita gente no sertão não acreditaria que ele tivesse sido eliminado – e que o célebre cangaceiro não era o “cabra” mais valente e o melhor estrategista do seu grupo, o coronel João Bezerra, que combateu, também, contra o Sr. Luiz Carlos Prestes e serviu sob as ordens do general Góis Monteiro e do então major Eduardo Gomes, encontrando-se, hoje, na reserva da Força Pública do Estado, acedeu em falar a este repórter, rompendo um silêncio de vários anos, sobre a chacina desenrolada, sob seu comando, há quase duas décadas, em Angicos, às margens do São Francisco.

Coronel João Bezerra da Silva comandou a chacina aos cangaceiros

O coronel João Bezerra, que conta atualmente 52 anos de idade e é um tranquilo fazendeiro no interior das Alagoas, nega, porém, tenha mandado decapitar o mais famoso chefe do cangaço, revelando ainda que pretende figurar, em breve, como ator, num filme do deputado Tenório Cavalcanti, em torno da vida e da morte do homem cuja série de crimes interrompeu numa manhã chuvosa de outubro de 1938, “para desafogo e alegria das caatingas nordestinas, que amanheciam e anoiteciam sob a alça de mira dos trabucos de Virgulino Ferreira”, como hoje relembra, friamente, ante a memória da sangueira celebrada em prosa e em verso, e em tom legendário, por todo o Brasil.

CONTINUA...

“O GLOBO” – 26/06/1957 

Fonte: facebook
Página: Antonio Corrêa Sobrinho

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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