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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

VIRGULINO FERREIRA DA SILVA – O ALMOCREVE


Para quem não sabe, almocreve é uma palavra de origem árabe, que significa tangedor de animais de carga. O trabalho de almocreve se proliferou no sertão, mais precisamente no sertão do Pajeú, ao longo de 60 anos (desde 1870 a 1930).

Em Vila Bela, José Ferreira da Silva e seus três filhos mais velhos: Antônio, Livino e Virgulino, se dedicaram ao trabalho exaustivo da almocrevaria, transportavam bebidas, gêneros alimentícios, tecidos, sal, querosene e estivas em geral, para: Vila Bela, Triunfo, Ouricuri, Bodocó, Exú, Petrolina e até regiões do Cariri, do Piancó e Rio do Peixe, na Paraíba. Era um trabalho de gigante. Nem parece que Virgulino pudesse abraçar a vida de cangaceiro.

O almocreve só merecia distinção quando conduzia em sua tropa um mínimo de 24 burros. Os comerciantes não confiavam transportar suas cargas a um tropeiro que tivesse um plantel de menor porte, porque quase nada podia carregar.

José Ferreira tangia nas estradas do Nordeste, com os filhos uma burrama constituída de 25 animais, dos quais 12 em sociedade com o fazendeiro José Clementino, do riacho de São Domingos da região do Pajeú, e uma mula, a burra guia que portava campainha de aço para abrir caminho à tropa.

A burra dos Ferreiras recebeu o nome de Medusa. A mitologia informa que Medusa tem o significado supersticioso de “carranca”, cabeça feia, possivelmente para afugentar os ambiciosos, os invejosos, os maldizentes. 

Não há nenhuma prova de que os Ferreiras tivessem usado esse nome em seu animal para isso, mas se não foi é uma coincidência bem curiosa.

Fonte: Serra Talhada 250 Anos de História -150 Anos de Emancipação Política
De: Luiz Lorena

Fonte: facebook

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