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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ALMOÇO DA FAZENDA E MOAGEM CARIRI CANGAÇO, É MISSÃO VELHA NO EDIÇÃO DE LUXO

Por Manoel Severo
Antônio Edson Olegário, Manoel Severo, Cícero Landim da Cruz

Muitas surpresas ainda aguardavam os convidados Cariri Cangaço - Edição de Luxo - Ano V em terras de Missão Velha. Da Câmara Municipal a caravana seguiu para a sede da Fazenda Mãe Lucy, de propriedade da família Olegário, tendo à frente, Antonio Edson Sobreira Olegário que recebeu os mais de 100 convidados de todo o Brasil com um banquete digno dos tempos áureos dos Terésios de Santa Teresa. "Na verdade Antonio Edson só confirma o espetacular dom de excelentes anfitriões que sua família e sobretudo seu pai, Edson Olegário, conquistaram ao longo das gerações, só nos resta agradecer profundamente tanta gentileza e atenção" Fala o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo.

 
Francimary Oliveira, Aderbal Nogueira, Oleone Fontes e Manoel Severo

Juliana Pereira, pesquisadora de Quixadá, revela: "É impressionante a forma como estamos sendo recepcionados nessa edição do Cariri Cangaço, ontem em Lavras da Mangabeira e hoje neste almoço sem igual, até parece que estamos em casa, realmente inesquecível tudo isso". Já o pesquisador e escritor paulista de Salto, Sabino Bassetti comenta: "ter amigos com a sinceridade, garra, educação e paciência do grande Severo, enche de orgulho qualquer pessoa. O Cariri Cangaço, é sem nenhuma dúvida o maior evento do gênero. Parabéns Missão Velha, parabéns Bosco, parabéns Severo. "

A beleza das terras de Santa Teresa que mesmo com a grave estiagem que assolam o Ceará ainda consegue mostrar a exuberante e vivaz cor e vida de seus verdes canaviais e sob a brisa incrivelmente suave de um dia ensolarado de setembro, nos mostram a incrível força do vale caririense, sede e berço do Cariri Cangaço.

Bosco André, Ivanildo Silveira, Cel Donizete e Urbano Silva; Wescley Rodrigues, Jacqueline, Elane Marques, João de Sousa Lima, Juliana Pereira, Celsinho Rodrigues; Josué Santana e Louro Teles
Jair Tavares, Ivanildo Silveira, Narciso Dias, Sabino Bassetti, Jorge Remigio e Narciso Dias;Tereza Cristina, Manoel Serafim, Padre Agostinho, Jorge Remígio, Francimary Oliveira e Narciso Dias 

O lauto almoço se prolongou por cerca de duas horas, onde os convidados do Cariri Cangaço puderam consolidar ainda mais os laços de fraternidade com os anfitriões, legado primordial do Cariri Cangaço, fazendo com que na integração de todos possamos formar a verdadeira alma nordestina. Para Tereza Cristina Cornélio, de Recife: “Parabéns Manoel Severo! Parabéns aos pesquisadores do Cariri Cangaço! Mais uma vez, aprendi muito a respeito da História do Povo Nordestino. Mais uma vez passei pela agradável experiência de conviver com pessoas cultas, inteligentes, dedicadas e sobretudo disponíveis para repartir conhecimentos. Agradeço de todo coração a oportunidade."

Nas terras de Santa Teresa em nossa querida Missão Velha, as principais e mais tradicionais famílias da região puderam traduzir toda a hospitalidade do povo cearense que se prolongou em mais uma inesquecível visita, desta vez ao Engenho Santa Teresa de propriedade de Cícero Landim da Cruz.


Antônio Edson, Luiz Antonio, Celsinho Rodrigues, Sonia Jaqueline, Elane Marques e João de Sousa Lima; Gerlane Carneiro e Ingrid Rebouças; Jorge Remígio e Dona Orlandina
Dona Orlandina, Francimary Oliveira; Josué Santana e Louro Teles;
Alan Ferreira, Elane Marques e Voldi Ribeiro; Padre Agostinho e Cel Donizete 
Iris Mendes, Luiz Ruben e Joventino de Melo; Eliene Costa, Tomaz Cisne, Ângelo Osmiro e Djalma Sousa

Os vastos campos de cana de açúcar, o cheiro forte do mel e melaço, o tacho fumegante e todas as cores características das moagens do sertão, mataram a saudade de muitos e trouxeram experiências novas a quem ainda não havia conhecido. Um momento inesquecível de contato com o combustível que move o sertão. Ali o proprietário Cícero Landim da Cruz e seu imediato, Damião, filho de Piranhas nas Alagoas, também sede do Cariri Cangaço, mostravam e ensinavam cada processo dentro da fabricação do mel, da rapadura, do alfenim...

Celsinho Rodrigues, pesquisador de Piranhas revela: "Eu e minha mãe; Sônia Jaqueline; fomos criados ouvindo uma história das "terras de quem vai e não torna. "Realmente essa história se concretizou quando fomos ao Juazeiro desde a primeira vez. Fomos uma pessoa e voltamos outra. Mais enriquecido culturalmente, com um número de amigos muito maior e com o coração cheio de saudade. A família Cariri Cangaço desponta no cenário nordestino com a bandeira da igualdade. Não tem pequeno nem grande, nem rico nem pobre, somos todos iguais! Uma grande irmandade. Grande abraço a todos que fazem a família Cariri Cangaço em especial a este baluarte que dispensa qualquer tipo de comentário ou adjetivo que é nosso Curador Manoel Severo."


Grande Família Cariri Cangaço recebida por Dr Cícero Landim da Cruz em Missão Velha
Antonio Vilela, Luiz Ruben, Ivanildo Silveira, João de Sousa Lima, Bosco Andre, Eliene Costa, Wescley Rodrigues, Alan Ferreira, Neli Conceição, Geraldo e Rosane Ferraz, Jair Tavares

"Em 1533, o colonizador português Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar e realizou a disseminação dessa primeira atividade de exploração econômica no Brasil no litoral nordestino. A produção desse tipo de gênero agrícola aconteceu por conta do conhecimento anterior de técnicas de plantio e preparo que permitiriam o desenvolvimento de tal atividade na América Portuguesa. Contudo, a fabricação do açúcar não dependia somente do plantio da cana em terras férteis. Para que o caule da cana fosse transformado no açúcar a ser consumido em diferentes partes da Europa, era necessário que várias instalações fossem construídas. Mais conhecidos como engenhos, tais localidades eram compostas por uma moenda, uma casa das caldeiras e das fornalhas e a casa de purgar. Com o desenvolvimento da economia açucareira, os engenhos se espalharam de forma relativamente rápida no espaço colonial, chegando a contar com 400 unidades no começo do século XVII.

Após a colheita, a cana-de-açúcar era levada à moenda para sofrer o esmagamento de seu caule e a extração do caldo. Em sua grande maioria, as moendas funcionavam com o uso da tração animal. Também conhecida como trapiche, esse tipo de moenda era mais comum por conta dos menores gastos exigidos para a sua construção. Além do trapiche, haviam as moendas movidas por uma roda-d’água que exigiam a dificultosa construção de um canal hidráulico que pudesse movimentá-la. Feito o recolhimento do caldo, o produto era levado até a casa das caldeiras e fornalhas, onde sofria um longo processo de cozimento realizado em grandes tachos feitos de cobre. Logo em seguida, o melaço era refinado na casa de purgar, lugar onde a última etapa de refinamento do açúcar era finalmente concluída. O beneficiamento completo do açúcar era realizado em terras brasileiras pelo fato de Portugal não possuir refinarias que dessem fim ao serviço."

Engenho de Santa Teresa
Engenho de Santa Teresa 

Wescley Rodrigues


"Ainda em terras coloniais eram produzidos dois tipos diferentes de açúcar: o mascavo, de coloração escura e escoado para o mercado interno; e o branco, em sua grande maioria direcionado aos consumidores do Velho Mundo. Após a embalagem do açúcar, as caixas eram transportadas para Portugal, e, posteriormente, para a Holanda, que participava realizando a distribuição do produto em solo europeu. Por volta do século XVII, a cidade flamenca de Amsterdã passou a realizar o refino do açúcar. Além dessas unidades produtivas, um engenho também contava com construções utilizadas para o abrigo da população que ali vivia. Na casa-grande eram alojados o proprietário das terras, sua família e alguns escravos domésticos. Na senzala ficavam todos os escravos que trabalhavam nas colheitas e instalações produtivas do engenho. Por meio dessa configuração, podemos ver que a formulação desses espaços influiu nos contastes que marcaram o desenvolvimento da sociedade colonial. Ao contrário do que muitos chegam a imaginar, os engenhos não estavam disponíveis em toda e qualquer propriedade que plantava cana-de-açúcar. Os fazendeiros que não possuíam recursos para construírem o seu próprio engenho eram geralmente conhecidos como lavradores de cana. Na maioria das vezes, esses plantadores de cana utilizavam o engenho de outra propriedade mediante algum tipo de compensação material."


Caravana do Edição de Luxo em Missão Velha
Alcides Carneiro, Manoel Severo, Bosco André e Dr Cícero Landim da Cruz 
Família Cariri Cangaço
Mabell Sales, João Paulo, Pedro Barbosa
Missão Velha, missão cumprida, na bagagem, gratidão, saudade e rapaduras...muitas...

O dia estava acabando e Missão Velha ficaria mais uma vez guardada no coração de toda família Cariri Cangaço. O esforço realizado pelo Conselheiro Cariri Cangaço Bosco André, ao lado de confrades valorosos como Dr Tardini, o estimado presidente Cicero Macedo, Antonio Edson Olegário, Dr Cicero Landim da Cruz, as famílias tradicionais de Missão Velha, enfim, todos irmanados na direção de não deixar morrer a memória, a tradição e a história de um dos mais significativos rincões de nosso nordeste, nosso Portal do Cariri.

Cariri Cangaço
Edição de Luxo - Ano V
Engenho Santa Teresa, 25 de Setembro de 2015
Missão Velha, Ceara, Brasil

http://cariricangaco.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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