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terça-feira, 5 de julho de 2016

SALVO-CONDUTOS

Por Analucia Gomes
Tela de Portinari

Lampião empreendeu os famosos salvo-condutos, transformando esse expediente como altamente rendoso, a ponto de ele encomendar ao mascate-cineasta Benjamin Abrão a confecção de centenas de cartões de visitas, usados para esse fim. Investiu também numa frota de canoas que faziam a travessia do rio São Francisco, usando o mesmo processo de aliciar sócios. Pessoalmente, esses fatos diferenciam Lampião de seu grupo social de origem. Foi um cangaceiro-empresário bem-sucedido. Porém nada o distingue tanto desse meio, que hipoteticamente tinha nele o representante de sua revolta, como o fato sabido e consagrado de que ele jamais matou alguém realmente importante. Havia um compromisso observado entre cangaceiros e coronéis para que isso não quebrasse o pacto estabelecido entre eles. O deputado Floro Bartolomeu, falando na Câmara Federal, amenizou o cangaço destacando justamente o fato de que não matava gente de "posição": “... no sertão é raro um homem de posição ser assassinado, mesmo de emboscada, nas estradas desertas; sempre estes fatos ocorrem entre os cabras, cangaceiros ou não, gente que não faz falta." Em pronunciamento na Câmara dos Deputados. Civitas - Revista de Ciências Sociais.

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