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terça-feira, 23 de agosto de 2016

A RESPEITO DOS CABRAS DE LAMPIÃO PRESOS EM MACEIÓ...

Comentário do pesquisador do cangaço Antônio Corrêa Sobrinho 

A respeito dos “cabras” de Lampião presos em Maceió, disse o senhor Ary Pitombo, ao jornal O GLOBO o ex-secretário da Segurança de Alagoas:

“Quando assumi a Secretaria do Interior de Alagoas, em princípio de 1942, estavam recolhidos à Penitenciária do Estado, sem quaisquer formalidades legais, dez “cabras” do grupo de Lampião, dentre os quais: Vilanova, Santa Cruz, “25”, Cobra Verde, etc. Alguns deles haviam sido presos antes do combate de Angicos, no qual perdeu a vida o famoso bandoleiro, e outros apresentaram-se espontaneamente à polícia após o desaparecimento do chefe. Na prisão, ao contrário do que se esperava, esses homens se destacaram pelo bom comportamento e jamais deram trabalho à administração. E não exagero em dizer que eles eram apresentados como modelos no presídio da praça da Independência. Quando introduzi o serviço externo para os presos de bom comportamento, a fim de ambientá-los novamente na sociedade, os componentes do grupo de Lampião foram beneficiados e se adaptaram muito bem ao trabalho. Como não havia qualquer processo ou medida judicial contra eles, o governo do Estado fez uma exposição ao então ministro da Justiça, que mandou colocá-los em liberdade sob vigilância, o que se verificou.

E prossegue o ex-secretário alagoano:

- No intuito de encaminhar esses elementos para uma regeneração perfeita, o governo procurou empregá-los na capital do Estado, em diversos setores compatíveis com as suas tendências vocacionais. Uns foram para o fomento, outros para a viação e um deles, o “25”, que aprendera a ler e a contar na prisão, fez concurso para a guarda civil e é atualmente um dos bons elementos dessa corporação. Não acredito, pois, que eles voltem à vida do crime. E depois, meu amigo, aquela exposição das cabeças de Lampião, Maria Bonita, etc., quando não se justificasse sob o ponto de vista moral ou sentimental, teve grande efeito prático, servindo para evitar de uma vez por todas, que o banditismo ainda proliferasse em nossa terra, conclui o Sr. Ary Pitomba."

O GLOBO, 22/04/1946

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