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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

AS DESASTROSAS INCONSEQUÊNCIAS

Por Clerisvaldo B. Chagas, 14 de fevereiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.635

Os destruidores do mundo continuam agindo contra a Natureza e a própria humanidade. E vamos buscar um passado recente quando os professores nos falavam dos maiores lagos, rios e montanhas do mundo. Somamos a isso um senhor que havia em minha terra, apelidado “Lelé”, grande decoreba geográfico. Até bêbado, segurando pelas paredes respondia as perguntas de quem o queria testar. “Qual o maior lago do mundo, Lelé?”. E o senhor, cabelos brancos e barriga repleta da ”marvada”, respondia: Tá cara da peste! Tá cara da peste! Não é o Baiká na Sibéria com...” E dizia até o tamanho do referido lago.

Lago Poopó após o desastre. Foto: (BBC.com).

Mas a Natureza foi perdendo terreno para as inconsequências das autoridades e do povo. Foi assim que mataram o mar do Aral, um imenso lago, o quarto do planeta, localizado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, na Ásia. O lago que equivalia ao Rio de Janeiro e Alagoas juntos com 66 mil km2sofreu, dito por todos os jornais, o maior desastre ecológico do mundo. Isso a partir dos anos sessenta.

Recentemente repetiram a dose na Bolívia com um dos lagos que nós costumávamos declinar na escola como os mais altos e famosos da Cordilheira dos Andes: Titicaca e Poopó. Assassinaram o Poopó, o segundo maior lago da Bolívia que se transformou em um deserto de sal.

São tantos os motivos que levaram a extinção do lago e às perdas irreparáveis que nem queremos seguir por essa vertente.

Em Alagoas os alertas estão ligados desde os fins do século passado. Muitas lagoas do São Francisco desapareceram, inúmeras interiores também e o futuro das duas grandes lagoas do nosso território está seriamente ameaçado. E se dois dos maiores lagos do mundo foram extintos, quanto mais as nossas lagoas e seus assoreamentos, partes já virando pântanos, conforme denúncias de jornais.

Deus dá, o homem destrói e depois vai chorar nos pés do Senhor. Ô mundo velho de porteiras corrompidas!


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