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quinta-feira, 16 de março de 2017

PÁTRIA SEM PATRIOTISMO

Por José Ribamar

Sou filho de um país
Mísero de patriotismo
Onde a voz do civilismo
Não retumba por justiça;
Onde as tetas da preguiça
Nutre quem rege o poder...
Devendo a vida ao dever,
Traindo a lei do amparo
Onde o menor, paga caro
Pra respirar e viver.

Sou parte de uma pátria
Onde a voz do patronato
Brada pelo peculato
Guilhotinando a razão;
Onde o justo pelo pão
Todas as vezes sem vez
Come o pão que o diabo fez
Sempre das piores formas
Sufocado pelas normas
Dos criadores das leis.

Sou de onde se endeusa
Com regalia e destaque
Jogador que vira craque,
Ladrão que discursa bem...
Presidente que não tem
Orgulho de governar
Que faz tudo pra reinar
Porque sabe que enrica
Ao contrário de Mujica
Que reinou sem enricar.

Nasci onde a injustiça
Zomba da honestidade
Porque a impunidade
Filha da demagogia
Perante a democracia
Reina com força de sobra
Arquitetando manobra
Pra mandar de qualquer jeito
Como dona do direito
Que o povo tem, mas não cobra.

Na pátria mãe do meu ser
A falta de probidade
Governamental invade
Os gabinetes urbanos,
De onde os maléficos planos
Se erguem como tornados
Tirando dos desgraçados
A dignidade digna
Gerando a sorte maligna
Dos sonhos pisoteados.

Nada é mais absurdo
Que trair seu próprio povo
Usando um discurso novo
Recheado de maldade;
Isso com facilidade
Acontece onde eu nasci
Tanto, tanto que esqueci
Infelizmente o total
Da conta descomunal
Dos votos que já perdi.

Lamento ver meu Brasil
Nas mãos de gente corrupta
Na sujeira ininterrupta
Ser aos poucos destruído
E lá fora defendido
Por quem aceita derrotas
E troca a gente por notas
Pensando que a gente é gado,
É ruim ser representado
Por falsos compatriotas.

José Ribamar é poeta popular, natural de Caraúbas-RN, mas radicado em Mossoró-RN

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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