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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

MANOEL SEVERO: UM AGRADECIMENTO

Por Rangel Alves da Costa

No dia 22 de julho passado, no Museu do Gonzagão, durante os eventos do Cariri Cangaço Exu/Serrita 2017, a jovem vereadora do município de Floresta Bia Numeriano, anunciou que tramita na câmara municipal deste município, de sua autoria, um projeto de concessão de título de cidadão florestano a Manoel Severo Gurgel Barbosa.
Certamente será mais uma merecida homenagem a este homem que mesmo tendo nascido em Fortaleza, no Ceará, já traz no seu histórico os títulos de Cidadão do Crato (Ceará), de Missão Velha (Ceará), de Piranhas (Alagoas) e tantas outras prestigiosas honrarias. A par de seus ofícios profissionais, Manoel Severo passou a ser conhecido como membro da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cagaço), do GECC (Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará) do GPEC (Grupo Paraibano de Estudos do Cagaço) e do GFEC (Grupo Florestano de Estudos do Cangaço), mas principalmente como fundador e curador do Cariri Cangaço.
Desse modo, tudo o que se diga aqui será como referência ao Manoel Severo múltiplo, imenso, grandioso, envolto e onipresente em tudo que diga respeito ao estudo do cangaço e dos fenômenos sociais e messiânicos nordestinos. E assim por que através de Severo o estudo, o debate e a compreensão de tais vertentes históricas e culturais, ampliaram-se e disseminaram-se de tal modo que será possível afirmar que o nordestino enfim está encontrando e conhecendo o seu verdadeiro Nordeste.


Difícil de falar sobre Severo a partir da fixação de sua imagem. Ele nunca para, ele nunca está no mesmo lugar no instante seguinte, ele nunca descansa enquanto o programado não estiver a contento. Difícil ainda imaginar como um homem agenda em sua mente e no seu dia a dia tantos encontros, tantas reuniões, tantas viagens de trabalho, tantos acertos e parcerias. E tudo sempre dá certo, tudo produz maravilhosos resultados. Exemplo disso são os eventos do Cariri Cangaço e os seus pormenores que os antecedem. Um Hércules, esse Severo!
E Severo ainda tem tempo de ser amigo, um fiel e extremamente amigo. Não há instante em que ele não dê imediata resposta a uma dúvida, a um problema, a um contato qualquer. Neste momento mesmo, sem haver descansado da imensa e longa jornada do último Cariri Cangaço, ele já está mantendo preciosos contatos para os próximos eventos. Significa dizer que Severo assimilou de tal modo o Cariri Cangaço à sua vida que pelas suas veias e coração já correm e pulsam todos os sóis encourados das caatingas nordestinas.
Severo também foi grande e fiel amigo de meu pai Alcino Alves Costa. E Severo também é amigo do filho de Alcino, da família de Alcino, de Poço Redondo, de todo o sertão sergipano. Cada vez que o ouço citando o Conselho Consultivo Alcino Alves Costa e relembro que seu peito brilhou uma comenda de nome Alcino Alves Costa - esta outorgada pela SBEC -, é como se a permanência e valorização de Alcino também fosse também um atributo seu. Obrigado, Severo!

E também obrigado por proporcionar ao Nordeste aquele outro Nordeste que precisa ser muito mais conhecido. Obrigado por preencher na História as lacunas para o seu entendimento maior. Obrigado por trazer à discussão e ao debate novos conceitos e novas vertentes sobre velhos dogmas até então tidos como irrefutáveis. O Cariri Cangaço, Severo, mostra-se, sem dúvidas, como o verdadeiro e primoroso livro aberto ao conhecimento de todos. Através do Cariri Cangaço há não somente o encontro da história como o caminhar, o visualizar, a aproximação da própria história.
Orgulha-me ser seu amigo, Severo. E em nome de Alcino, de seus familiares e de todo o Poço Redondo, e também de toda a comitiva que presente esteve no Cariri Cangaço Exu/Serrita 2017, dizer do agradecimento à acolhida de todos nas terras gonzaguenas e jacozeiras. E dizer ainda: Poço Redondo é seu. De braços abertos!

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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