Por Geziel Moura
É com grata
satisfação que li e recomendo a obra "Nas redes das memórias: As múltiplas
faces do cangaceiro Chico Pereira", de Guerhansberger Sarmento, e para
justificar este estado de satisfação, gostaria de tecer alguns poucos
comentários sobre o texto acima mencionado, na qualidade de leitor.
Em primeiro
lugar é flagrante que o texto é produção acadêmica, mas não consta academicismo
exacerbado, a linguagem é leve e inteligível, fruto de pesquisa com todos os
elementos que a caracteriza (objeto de investigação, questões de pesquisa,
metodologia utilizada, objetivos do estudo e referenciais teóricos que dão
aporte para a análise), estão todos bem delineado na narrativa do texto.
Portanto, o movimento de escrita é bem realizado, dentro do que se espera da
pesquisa séria, tais como: Os confrontos de fontes utilizadas, as referências
consultadas além da organização da/na escritura.
Do ponto de
vista, do recorte histórico que o autor analisou, cujo cerne está, nos lugares
ocupados, em termos de discursos produzidos, na trajetória do cangaceiro
paraibano Chico Pereira, é possível flagrar que o texto rompe com o lugar
comum, muito usual na literatura do cangaço, cuja característica é a mera
transcrição de acontecimentos e episódios, sem o cuidado de estabelecer
conexões com outros eventos da história, é o causo pelo causo, começa e termina
nele próprio.
Quanto as
análises propostas por Guerhansberger, parece-me adequada principalmente, na
operação dos conceitos do filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), que nos
ajuda a pensar a história do pensamento, a partir da fabricação do autor,
condições de possibilidades, para a existência de dado discurso, a relação de
poder e saber, sem no entanto, abjurar dos limites que as análises podem
favorecer, isto é, o texto situa-se numa perspectiva do autor, muito bem
costurada e cheias de possibilidades, porém sem desvincular das incertezas
possíveis, preconizada por Foucault.
Finalmente,
quero parabenizar Guerhansberger, pelo trabalho, confesso que pensava que os
textos analíticos sobre o cangaço, na forma de livro, estariam apenas
concentrados a poucos autores, como: Frederico Pernambucano de Mello e André
Carneiro de Albuquerque, dentre outros.
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