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segunda-feira, 23 de abril de 2018

ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DO CANGAÇO.

Por Verluce Ferraz

Um grupo de pessoas que compartilha minha página se interessou pelo meu esforço de aprofundar meus estudos relativos ao comportamento do cangaceiro Lampião e de sua companheira Maria de Déia, sentindo a curiosidade voltar-se à questão; outro pequeno grupo, porém, manifestou menos interesse. Esse último grupo nem suspeita que há bastante elementos, internos e externos no Cangaço, que não carecem de adivinhação e que podem ser submetidos a análises dentro das variadas ciências e podem revelar aspectos bastante interessantes, ainda antes não vislumbrados. No primeiro grupo alguns historiadores quiseram aprofundar seus estudos visitando os locais onde ocorreram refregas entre cangaceiros e famílias dos sertões nordestinos, outros escutaram depoimentos de alguns cangaceiros quando ainda viviam, além daqueles que simplesmente acreditaram em pessoas que simplesmente tentavam adivinhar o que houve dentro do cangaço. Esta minha pesquisa tem por objetivo tornar menos obscuro o que determinou a aproximação dos cangaceiros Virgulino Ferreira da Silva à mulher, Maria de Déia. Não vejo um problema complicado, apresentar como simples ou fácil, tal as minhas reflexões. Adotei dois métodos para essa investigação. Um seria examinar um caso particular, penetrando a fundo no estilo visual do cangaceiro Lampião; outro para justificar os seus modos de viver afastados do convívio de mulheres. Me acudiu lembrar que já temos o grande pesquisador Frederico Pernambucano de Melo, escreveu sobre o exótico Lampião e comparou suas vestes aos samurais, aos cavaleiros medievais; outros colocaram o cangaceiro no mundo fantástico; ainda encontramos autores construindo na própria imaginação uma réplica de Hobin Hood sertanejo, para o seu próprio herói cangaceiro; estimulando seus aparelhos mentais, adotam viver o estilo do cangaceiro. Espero que apenas essas imitações sejam apenas sonhos, aquilo que no mundo externo se admita como casualidade, como se tudo levasse à veneração dos cangaceiros. Por que se aplicado o método de investigação para entender o que levou Lampião a sua atividade criminosa e depois aceitar Maria de Déia em sua vida, foi a mesma fonte que o afastava das outras mulheres, ou seja, o desejo de vê-la ocupar no seu espaço psíquico àquela que lhe servia às suas fantasias: a mulher rendeira. A presença da Maria propiciou para que o cangaceiro se dedicasse às suas atividades de costureiro, de design sem, contudo, desnudar seu lado invertido. E Freud (objeto dos invertidos p.144, V. VII –Sandard Brasileira ) explica em seus escritos que pessoas invertidas imitam a aparência externa de seu lado oposto, - na aparência, nas atitudes. Neste caso, portanto, Lampião encontrou alguém que combinasse os caracteres dos dois sexos; existe, por assim dizer, uma conciliação entre um que aspira por um homem eu um que aspire por uma mulher. Em suma, a presença da mulher no cangaço trará a todos a concepção de uma transformação ao grupo cangaceiro, contudo, na realidade isso foi tão irreal quanto o cangaceiro arrefecer seus instintos sanguinários.
Leia mais sobre o cangaço: 'Dos mitologemas na imortalidade do passado lampiônico...'

No momento não disponho da fonte, mas encontrei no facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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