Ela entrou no
Cangaço aos 14 anos. Foi escolhida (hoje seria sequestrada) por Zé Sereno, um
dos homens mais famosos de Lampião. E lá se foi Sila como era chamada, Sertão
à dentro, arriscando a vida, quase uma menina, sem ter noção do mundo que iria
encontrar e, sobretudo, que iria escapar do massacre de Angico. Foi uma
sobrevivente e ficou famosa. É terceira, depois de Dadá e da rainha Maria
Bonita.
Nasceu em Poço
Redondo, Sergipe, recebeu o nome de Ilda Ribeiro da Silva e tinha muitos
irmãos. Sabia costurar, bordar e cozinhar. Sua vida no Cangaço foi de apenas
dois anos. Testemunhou as mortes dos companheiros e das volantes. Foram cenas
que ela jamais esqueceu, tanto que, depois de Angico, contou essas histórias
para a imprensa. Seus depoimentos eram contraditórios e por esse motivo, muitos
pesquisadores não a levavam a sério. Foi a cangaceira mais próxima à Maria
Bonita.
Muito
solicitada pela mídia, até mesmo com a idade avançada, talvez isso tenha
contribuído para ela confundir os fatos. Entretanto, uma característica Sila
conservou: a vaidade. Sempre perfumada e bem vestida. Lembrava que, nos tempos
do Cangaço, cheirava a Royal Briar, usava o pó facial Dorly e o óleo de lavanda
nos cabelos.
Escapando da
morte em 1938, Sila foi morar na Bahia e depois São Paulo onde trabalhou no
comércio e na TV Bandeirantes, sendo costureira dos figurinos das novelas. Seu
marido, Zé Sereno era funcionário público. Teve cinco filhos. Escreveu um livro
contando sua história. Morreu em fevereiro de 2005.
http://www.mulheresdocangaco.com.br/project/sila-a-sobrevivente/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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