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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

CORONEL MANOEL PEREIRA LINS (NÉ DA CARNAÚBA),


(Contemporâneo do cangaço lampiônico na região do Pajeú)

Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba) nasceu em 23/06/1868 e faleceu em 01/08/1964, era filho do segundo casamento de Joaquim Pereira da Silva (Joaquim da Carnaúba) com Constância Pereira de Sá, casou-se três vezes, o primeiro com Maria Pereira da Silva, o segundo com Ana Pereira da Silva e o terceiro com Pautília de Menezes Lins, deixou descendentes dos três casamentos, com Maria Pereira da Silva a filha Constância Pereira Lins, com Ana Pereira da Silva o filho Deósio Pereira Lins, com Pautília de Menezes Lins os filhos Leônidas Pereira de Menezes, Maria Pereira de Menezes, Ana Pereira de Menezes, Hilda Pereira de Menezes, Iracema Pereira de Menezes e Argemiro Pereira de Menezes. Manoel Pereira Lins, exerceu grande influência política na região, foi o 7º prefeito de São José do Belmonte-PE no período de 18/07/1902 a 14/11/1904, e vereador de Serra Talhada-PE por três legislatura de 1922 a 1928.


Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba) vivenciou todo período do cangaço lampiônico e a última fase da luta entre os clãs Pereiras e Carvalhos que por muitos anos se digladiaram no sertão do Pajeú, tendo participação ativa nos eventos de defesa e ataque da sua família Pereira contra os Carvalhos. 

Em alguns eventos ligados ao cangaço que ocorreram na região do Pajeú, aparece a figura de Né da Carnaúba, o primeiro combate dos irmãos Ferreiras “Antonio, Levino e Virgolino (Lampião) assim que ingressaram no grupo de Sinhô Pereira, ocorreu em meados do ano de 1921 nos arredores da Fazenda Carnaúba de propriedade de Né, contra a volante do cap. Zé Caetano, onde tombou Luiz Macário um dos homens de confiança de Sinhô Pereira. Além desse combate que ocorreu em suas terras, teve a questão do bilhete que o Padre Cicero enviou a Lampião, que esse fosse ao Juazeiro se juntar aos homens do Padre para combater a Coluna Pretes. O portador da correspondência destinada a Lampião foi o Tenente Francisco Chagas de Azevedo, do Batalhão patriótico, que o encontrou em 01 de março de 1926, próximo a Fazenda Malhada Grande, município de São José do Belmonte-PE. Virgolino olhou para o papel, escrito a máquina, leu o seu conteúdo, desconfiado, levou a carta para Né da Carnaúba que era seu conhecido desde a época que lutou ao lado de Sinhô Pereira, para que o Coronel pudesse verificar a autenticidade da assinatura. 

Em resposta a desconfiança do cangaceiro, o Coronel garantiu a Lampião que era mesmo a letra do Padre Cicero do Juazeiro. “Eu não vou. Isso está me cheirando a traição ou armadilha. Estão querendo é me pegar nessa arapuca” disse desconfiadamente.

“Vá homem, a carta é do Padre Cicero, eu conheço bem essa letra, é a assinatura do Padre, garantiu Né da Carnaúba. Se afirma é do Padre, então eu vou, disse Lampião.

Virgolino decidiu ir ao Juazeiro, mandou seus homens se prepararem e colocou o pé da estrada. No dia 04 de março de 1926, Lampião recebe a suposta patente de Capitão do numeroso Batalhão Patriótico, formado para combater a Coluna Prestes, e no mesmo mês, aos 08 de março de 1926, morre no Rio de Janeiro o secretário do Padre Cicero e representante na Assembleia Provincial o caudilho Floro Bartolomeu. No dia 06 de maio de 1926, o Padre Cicero é eleito Deputado Federal, ocupando a vaga deixada por Floro Bartolomeu. 

Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba) foi figura importante na história do sertão do Pajeú, uma grande liderança política. O gosto pela luta política foi herdado por muitos dos seus descendentes, que até os dias de hoje militam politicamente, principalmente em São José do Belmonte-PE.

Por Cicero Aguiar Ferreira
Fontes: O livro “o Patriarca” de Venício Feitosa Neves, Genealogia Pernambucana.

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