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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

OS TABUS LAMPIÔNICOS


Por Verluce Ferraz

O espaço me permite tratar dos tabus que permeavam a vida dos cangaceiros, em especial de Lampião e da Maria Bonita. Relatos existem em livros que, os mesmos se abstinham de fazer sexo nos dias de sextas-feiras, e quando partiam para uma relação sexual, retiravam as orações e patuás de cima do corpo; deixando-os a certa distância. Que depois de praticarem sexo, se limpavam (não era o asseio corporal) para afastar desgraça de cima de suas vidas. Pelas descrições de manias não pode-se esses associar esses rituais à religiosidade, tampouco a dignidade, visto que cangaceiro não observava tais preceitos, além de matarem pessoas para apropriarem-se de bens materiais. Não havia remorso pelas vidas cerceadas, pelas famílias viúvas e órfãos. Todos os cangaceiros viviam infringindo às leis Naturais e leis Estatais. Matar gente ou animais era tão mais comum que se possam avaliar. Era costume a pratica de saques, assaltos, e estupros, entre outros crimes. Vamos então aqui registrar o papel desempenhado pelos tabus e seus efeitos conservadores de velhos usos no trato que tais pessoas supersticiosas, desde a antiguidade, acreditavam em um grande número de tabus:

- O flamen dialis, o sumo sacerdote de Júpiter, tinha que observar um número enorme de tabus. Ele

“não podia montar ou mesmo tocar um cavalo, nem ver um exército em armas, nem usar um anel que não fosse partido, nem vestir uma roupa que tivesse algum nó; [...] não podia tocar farinha de trigo nem pão fermentado; não podia tocar ou mencionar um cão, uma cabra, carne crua,, feijão e hera [...] seu cabelo podia ser cortado apenas por um homem livre, com uma faca de bronze, e, quando cortados, o cabelo e as unhas tinham de ser enterrados sob uma árvore auspiciosa; [...]; ele não podia tocar num cadáver [...];não podia ficar descoberto ao ar livre”.

E tudo tinha significado de consequências que conduziam aos perigos. Lampião, nas suas superstições (portador de TOC) escolhia o dia da sexta-feira para não ter conjunção carnal. Aconselhava também os seus bandos a seguir seus pensamentos, usando orações e símbolos que, exerciam poderes mais para fetiches; isso é confundido por alguns, como obediência espiritual, para livramento do mal. Pelos modos vividos, as contradições serão expressas porque o homem após ser civilizado e religioso, jamais praticaria atos de crueldade quanto praticaram os grupos cangaceiros.

Referencias bibliográficas: Totem e tabu, de Sigmund Freud)
_________Outros Trabalhos, de Sigmund Freud. Vol. IX - 1906-1908). Ed. IMAGO.


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