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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O DIA EM QUE O JOÃO MALAMANHA SENTOU NO BANDO DOS RÉUS.


Por José Mendes Pereira

João Malamanha era um verdadeiro King Kong porque era todo fora dos padrões humano. Ninguém se atrevia ficar perto dele por muito tempo, porque àquele desajeitado homem poderia a qualquer momento se transformar num gigante, numa fera diante dos homens, aliás, ele já era por natureza agigantado.

Uma vez o João Malamanha matou um domador de leões no circo com três cocorotes dados com o seu desconforme braço, só porque o infeliz batizou um dos seus leões de João Malamanha. Mas mera coincidência. O domador nem sabia a sua existência. Chegara em Mossoró no meio do Gran Circus. Como os seus restritos amigos assistiram a um dos espetáculos do circo posteriormente contaram para ele que lá existia um leão chamado João Malamanha.

E deixar aquela ofensa pra lá, de jeito nenhum! O desajeitado homem resolveu ser um dos pagantes daquele circo. E assim que o domador trouxe o leão para dentro da jaula no momento da sua apresentação, e começou a chamá-lo de João Malamanha, ele pulou a cerca de proteção, agarrou o homem e deu-lhe três cocorotes fortes em sua cabeça, deixando-o já pronto para o enterro.

O leão ao ver o seu domador morto partiu para cima do João Malamanha, tentando agarrá-lo pelo pescoço para sangrá-lo, e com a ligeireza do Malamanha, com toda a sua força, pegou o leão por baixo do vazio com um peso aproximadamente de 250 quilos, levou-o às alturas de 3 metros mais ou menos, e ao cair ao chão o felino ficou prontinho.

Agora o João Malamanha estava sentado no banco dos réus porque matara o domador por pura maldade. Ninguém fica sem passar por apuros. Se os outros que devem a justiça e têm que pagar pelos seus atos o João Malamanha é igual aos outros. Só porque tinha corpo e braços de marreta de 8 quilos quando batia em alguém, não podia se sentar no banco dos réus? Ora! Ora! E para surpresa, algemado pelos pés e mãos. O homem era um imundo e tinha que ficar algemado por completo. Ora sim senhor!

Diante daquela gente toda o réu se sentia humilhado. Todos com braços e pernas soltos. Por que só ele tinha direito a umas algemas, e ainda mais preso pelos quatro membros? Achava ele que era uma verdadeira humilhação.

Mesmo algemado de cima abaixo todos que ali estavam sentiam receio. Aquele homem não era flor que se cheirasse, a sua força era de gigante. Cada braceada que ele tentasse contra alguém seria prejudicial a todos.

Até mesmo o juiz já pensava em absorvê-lo temendo uma vingança do João contra ele. O promotor de acusação nem quis falar, porque segundo o comentário que saiu depois, ao ver o homenzarrão ali sentado, já estava com as calças todas com fedor de urina.

O promotor de defesa temendo ser banido pelo Malamanha isto é, se perdesse a guerra, sabia muito bem que o João Malamanha não o perdoaria, e além de levar uma boa surra do homem, talvez o mataria, e ciente disso, foi mais além, não aguentando mais, um mal cheiro de cocô entranhado nas suas calças. E mesmo quem estava distante dele, sentia.

O João Malamanha nem esperou para o final do júri. De um só soco soltou as algemas dos pés. As das mãos ele pôs a torá-las com os dentes, ficando livre para ele correr, poderia acontecer um possível ataque dos policiais.

Mas o João estava preparado. E assim que os policias (seguranças) partiram para cima dele tentando amarrá-lo foi inútil. Antes do início da cobrança judicial o João Malamanha havia passado um líquido deslizante em todo corpo e com isso nenhum policial conseguiu dominá-lo, porque quando eles tentavam segurá-lo na marra, seus braços escorregavam igual ao peixe mussum de água doce.

E assim o João Malamanha foi-se embora sem pagar nada à justiça. Quem perdeu a vida foi o domador de leões.

O João Malamanha foi morto pelo seu ajudante (mecânico) o anão de 1.30 centímetros. Ao tentar enforcá-lo Leandro retirou da sua cintura uma amolada e pontiaguda faca, enfiando-a no pescoço do homenzarrão. O João Malamanha só deu tempo para dar um assustador grito e o sangue jorrou sobre peças e carros que estavam dentro da oficina, caindo por cima de uns pneus encostados à parede. Vendo que tinha vencido o homenzarrão Leandro fez carreira sem destino certo. Nunca mais se viu o assassino do João Malamanha.

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