"Peço a
Deus que ilumine essa gente”
Foi com
extrema indignação, com repulsa mesmo, que tomei conhecimento dos diálogos
em que procuradores da Lava Jato referem-se de forma debochada e até desumana
às perdas de entes queridos que sofri nos anos recentes: minha esposa Marisa,
meu irmão Vavá e meu netinho Arthur.
Confesso que
foi um dos mais tristes momentos que passei nessa prisão em que me colocaram
injustamente. Foi como se tivesse vivido outra vez aqueles momentos de dor, só
que misturados a um sentimento de vergonha pelo comportamento baixo a que
algumas pessoas podem chegar.
Há muito tempo
venho dizendo que fui condenado por causa do governo que fiz e não por ter
cometido um crime sequer. Tenho claro que Moro, Deltan e os procuradores agiram
com objetivo político, pois me condenaram sem culpa e sem prova, sabendo que eu sou inocente.
Mas não
imaginava que o ódio que nutriam contra mim, contra o meu partido e meus
companheiros, chegasse a esse ponto: tratar seres humanos com tanto desprezo,
como se não tivessem direito, no mínimo, ao respeito na hora da morte. Será que
eles se consideram tão superiores que podem se colocar acima da humanidade,
como se colocam acima da lei?
Peço a Deus
que ilumine essa gente, que poupe suas almas de tanto ódio, rancor e soberba.
Quanto aos crimes que cometeram contra minha família e contra o povo brasileiro,
tenho fé que, deles, um dia a Justiça cuidará.
Luiz Inácio
Lula da Silva
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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