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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

BAR DOS DOIDOS


Por José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Eraldo Xaxá, não sei se você foi um dos fregueses do seu "Nosim" e seu "Ovídio" em época muito distante no centro da cidade de Mossoró, ou ainda no Grande Alto do São Manoel, onde hoje funciona o Posto de gasolina do Ceguinho, mas com outro nome de fantasia o qual eu não me recordo no momento.

Quando se fala no antigo "Bar dos Doidos" que funcionou por pouco tempo em Mossoró, e era localizado à Rua Coronel Gurgel com o cruzamento da Rua Felipe Camarão, muita gente pensa que lá só tinha doidos, malucos, mas na verdade, não existiam pessoas doentes mentais, e que os verdadeiros donos eram dois irmãos, e de família que tinha boa condição financeira, e que aquele bar era apenas uma maneira de ocuparem o tempo, porque, além de um bom poder aquisitivo já eram aposentados.

Seu "Ovídio" e seu "Nosim" como eram chamados eram tios dos empresários Porcino Costa e do Anibal Fernandes Porto, proprietário da Anibaltec, que funciona na Rua Lopes Trovão com a Tiradentes, centro e da Loja Balanças e Complementos, situada na Avenida Alberto Maranhão, além de uma filial em Natal.

Aqui vou fugir um pouco da minha história, mas voltarei logo, só para falar sobre o amigo Aníbal Fernandes Porto que há mais de dois meses que está adoentado, e passou mais de mês na UTI, mas ele já está em casa se recuperando muito bem.

Quando eu saí da Casa de Menores Mário Negócio fiquei como formiga sem formigueiro sem saber para onde ir. Eu não quis procurar família. Mesmo com muita dificuldade no que diz respeito à vida sozinho para me manter sem meus pais e meus irmãos ao meu lado, porque eles moravam no sítio, e antes de ir para casa do meu primo Manoel Gomes Pinheiro e a sua esposa Maria Beatriz de Melo (que todos nós da instituição de menores a adotamos como mãe e que infelizmente ela faleceu este ano), várias e várias vezes eu almocei na casa do seu Eliseu Porto e dona Nazaré pais do Anibal Fernandes Porto, convidado por qualquer um deles como pais, irmãos e irmãs, e hoje só tenho a agradecer ao apoio que eles me deram. Muito obrigado a todos que lá me ampararam por meses como se eu fizesse parte da família! Uma família extraordinária e com a maior simplicidade.

Voltando à nossa historinha:

Este nome "Bar dos Doidos" surgiu porque os proprietários nunca colocaram portas, e como não fechavam nem para dormirem os próprios beberrões nomearam de "Bar dos Doidos".

O apelido só foi oficializado, digamos assim, quando os dois proprietários convidaram dois violeiros e promoveram uma cantoria para chamar atenção de novos fregueses. Nessa noite eu estava lá, mas não me lembro bem quem eram os violeiros. E após muitas bebidas ingeridas e tira-gostos, e já um pouco ébrio, um dos violeiros propôs um mote, e este mote que eu não me lembro mais como foi feito, nele estava a palavra "Bar dos Doidos" com todas as letras, porque antes não se falava esse nome no bar, as pessoas temiam que os donos se revoltassem. A partir disso seu "Ovídio" e seu "Nozim" assumiram e aprovaram o nome de fantasia "Bar dos Doidos".

Nesse tempo, na década de setenta, eu morava na Almirante Barroso, nos igapós do bairro Pereiros, e sempre, à noite, quando eu vinha do Ginásio Municipal de Mossoró eu fazia uma paradinha para merendar, ou mesmo tomar uma ou duas pinguinhas.

Algumas pessoas não gostavam muito do seu Ovídio porque alegavam que ele era um pouco ignorante. Mas a sua ignorância era devido o stress de passar a noite toda acordado, já que o prédio não tinha nenhuma porta, e eles reversavam entre si. Uma noite ficava seu "Nosim" responsável pelo funcionamento do bar, a noite seguinte seu "Ovídio" administrava as dependências do comércio.

Posteriormente, os irmãos estabeleceram o serviço de bar na Avenida Presidente Dutra, ao lado da antiga Renovadora de Pneus, onde hoje funciona um posto de gasolina.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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