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terça-feira, 29 de junho de 2021

" A GUERRA QUE NÃO HOUVE EM JARDIM "

 Por Luís Bento

Nas primeiras décadas do século XX, Jardim viveu momentos de muita apreensão, com a expectativa de luta armada entre as facções políticas do Coronel Napoleão Franco da Cruz Neves, de um lado, de baixo no Governo do Estado, e as facções políticas reunidas dos Coronéis Romão Sampaio e Rocha.

O Coronel Napoleão Franco da Cruz Neves, um homem nem pacifista e pacificador, quando provocado o Coronel Franco, que nunca usou arma, reunia os 10 filhos e a esposa Donana que era irmã do Coronel Manoel Pereira Lins, Né da Carnaúba, e monstrando as mãos dizia " Estas mãos jamais se apresentarão ao Senhor suja de sangue humano ".

Era ele católico praticamente, Irmão do Santíssimo, ia à Missão aos domingos, quando invariavelmente comungava. Chegando a " Guerra Fria " ao ápice, ele mandou o seu vaqueiro de confiança, Manoel Lucas, buscar para Jardim o " Bom Jesus dos Aflitos, na fazenda Baixa Grande no Distrito Macapá atual Jati Ce. Assim, em vez de arma, um cruciflixo! Em vez de munição, oração.

Em vez da mescla suada dos cangaceiros, a sua roupa vermelha de Irmão de Santíssimo, que ele vestia sem nenhum receio humano! Homem notável era ele, sobretudo para o meio e para o tempo. Não tinha capangas, não usava armas e tinha nas orações o seu escudo maior.

Portanto, repito, a chamada " Guerra do Jardim " foi uma guerra político-familiar que não houve. E o Coronel Napoleão Franco da Cruz Neves faleceu em 1923, aos 65 anos de idade cercado do respeito e da admiração da sua cidade de Jardim, cujo o solo fez questão de não macular com sangue humano.

Fonte Cariri: Cangaço, Coiteiros e Adjacências. Pág 74 - 75.

Napoleão Tavares Neves.

Por LUÍS BENTO.

JATI 29/06/21.

Foto - Cidade de Jardim - Ce.

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