Por Pedrinho Sanharol.
O sinal para o fim do Caldeirão
começou com a morte do Padre Cicero no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos. A
igreja católica reivindicou os seus bens e uniu-se as elites para destruir a
comunidade.
Em 1936, uma reunião, em
Fortaleza, de representantes da Diocese do Crato, da Ordem dos padres
Salesianos, da Liga Eleitoral Católica, do Deops, da Policia Militar e do
Governo do Ceará, buscava um pretexto para pôr o fim da comunidade.
Estavam todos assombrados pelo
fantasma de Canudos, onde o exército brasileiro fora seguidas vezes derrotado,
até que, em l.897, promoveu o massacre de milhares de camponeses. Os
participantes alegaram, também, o risco de o Caldeirão cair nas mãos de líderes
marxistas.
O ataque foi definido, mas na
hora da invasão o beato José Lourenço fugiu a Floresta da Chapada do Araripe.
De lá fugiu para o Exu onde veio
a falecer em 1946 vítima de peste bubônica. Na morte a humilhação final. Seus
seguidores carregaram o caixão por 70 km a pé até Juazeiro do Norte. Monsenhor
Joviniano Barreto disse que não celebrava missa para bandido e não permitiu a
entrada do corpo na capela.
Os seguidores então enterraram o
corpo no Cemitério do Socorro. O beato José Lourenço sobreviveu a tudo e hoje é
referência de resistência popular e como defensor das mais simples aspirações
do povo nordestino: a de fazer brotar a paz e fartura do solo árido do sertão.
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